sábado, 5 de novembro de 2016

Família Lopes da Silva, de Rosário – Descendência em Juiz de Fora e Região

Recentemente, tive a alegria de receber de meu primo Egvan Lopes, uma cópia de uma fotografia muito antiga, tirada em Outubro de 1909. Esta fotografia, refere-se a família Lopes da Silva, de Rosário. Esta família tem muitos descendentes em Juiz de Fora, Ewbanck da Câmara, Piau e Santana do Deserto. Curiosamente, há algumas curiosidades sobre estes Lopes da Silva: a longevidade (muitos ultrapassam os 90/100 anos de idade), as orelhas grandes, o apreço por uma “cachacinha”, o hábito de trabalharem muito, a ousadia em suas empreitadas, a teimosia e também o temperamento difícil, por vezes, até agressivo e violento (são muitos relatos, mas orais e informais; por isso, não os registro aqui).
Sempre, desde muito jovem, tive interesse em pesquisar sobre a ascendência dos Lopes da Silva, esta imensa família. Até o momento, encontrei o Lopes da Silva mais antigo no próprio distrito de Rosário, vivendo por lá na segunda metade do século XVIII. Ainda continuo a busca por antepassados mais remotos, mas está difícil encontrar registros e informações mais antigas.
Certamente, os Lopes da Silva são descendentes dos primeiros colonos na região (paulistas e/ou portugueses), escravos e indígenas também. Segue abaixo fotografia e descrição familiar:






DESCRIÇÃO FAMILIAR:

1) Manoel Lopes da Silva e Anna Maria dos Santos, viviam em Rosário, Barbacena, em fins do século XVIII [ascendência do casal em pesquisa]. O casal teve, pelo menos, os seguintes filhos:
1.1) Manoel Lopes da Silva, casado, em 22/08/1810, na Capela do Rosário, com Cândida Rosa do Espírito Santo, natural da Candelária – RJ, filha de Manoel Coelho Bastos e Anna Maria da Conceição [ascendência do casal em pesquisa]. Manoel foi assassinado, por volta de 1825, por Cypriano Braga. Tiveram, pelo menos:
1.1.1) Manoel Lopes da Silva, batizado no Rosário em 24/07/1815. No censo de 1831, aparece, com 16 anos de idade, vivendo com os jovens Antônio (8 anos) e Joana (4 anos), escravos. Certamente, a solidão familiar na juventude se deveu ao assassinato precoce do pai, e, possivelmente, o falecimento da mãe, antes da data do censo. Em 17/04/1856, aparece como proprietário de terras no Registro Paroquial de Terras de São José do Rio Preto (1856-1857), como proprietário da fazenda Barra, com 75 alqueires. Com Anna Severina da Assumpção, possivelmente casado em 16 de Agosto [?] de 1837, teve os seguintes filhos:
1.1.1.1) Zeferino Lopes da Silva, nascido em 26/08/1838. É o patriarca da família Lopes da Silva, de Rosário (foto acima). Foi casado em primeiras núpcias, em 06/04/1857 com Francisca Cândida de Jesus. Viúvo em 1864, com inventário da esposa, se casou pela segunda vez, em 23/04/1865, com Luísa Maria da Assumpção. Foi presidente do conselho distrital do Rosário, no triênio de 1898-1900. Faleceu em 11/09/1914, sendo inventariado em 1915. Seus descendentes:
Filhos da 1ª esposa, Francisca Cândida de Jesus:
1.1.1.1.1) Vicente, de 05 anos de idade. Faleceu 2 meses após o falecimento da mãe.
1.1.1.1.2) Francisco, com 03 anos de idade, na época do inventário. Vivia em 1909, presente no casamento da meia-irmã Rita (“Nhanhá”). Segundo anotação, ilegível, já era falecido em 1914/1915, quando foi aberto inventário do pai.
Filhos da 2ª esposa, Luísa Mª da Assumpção:
1.1.1.1.3) Joaquina Maria da Assumpção, casada com Joaquim Lopes de Resende, moradores em Rosário;
1.1.1.1.4) Prudente Lopes da Silva, o “tio tézinho”. Era dono de taberna em Rosário.
1.1.1.1.5) Pedro Lopes da Silva;
1.1.1.1.6) Manoel Lopes da Silva;
1.1.1.1.7) Anna Cândida de Jesus, casada com Belmírio Emílio de Moraes;
1.1.1.1.8) Maria Ignácia de Jesus, casada com José Fagundes do Nascimento;
1.1.1.1.9) Francisca Amélia da Silva, casada com José Miguel Lopes da Silva;
1.1.1.1.10) Procópio Lopes da Silva, morava em Paula Lima.
1.1.1.1.11) José Lopes da Silva. Foi procurador da mãe, no inventário do pai. Foi morador em Paula Lima. Foi casado com Maria da Conceição Barbosa. São bisavós do autor de BLOG.
1.1.1.1.12) Rita Cândida da Silva [Nhanhá, a noiva da foto]. Casou em 1909, com Manoel Luiz Barbosa. Este era irmão de Maria da Conceição Barbosa. Ambos eram filhos do português Manoel Luís Barbosa da Cunha e Maria Luísa de Jesus, a “vovó da Onça” [proprietária do sítio Onça]. Sua genealogia é conhecida, e foi tratada no post da Família Pereira Lisboa, de Bias Fortes.
1.1.1.1.13) Altivo Lopes da Silva, morador em Piau. Casou com Eugênia Rezende, conhecida como “sinhá Rezende”. Filhos do casal:
1.1.1.1.13.1) Ana Lopes;
1.1.1.1.13.2) Maria Cândida Lopes, gêmea de
1.1.1.1.13.3) Luiza de Rezende Lopes;
1.1.1.1.13.4) José Lopes da Silva, conhecido como “Zé Rezende”. Foi delegado e (6º) PREFEITO de PIAU. Teve vários filhos e descendência. Foi casado em 12/01/1929, com Rita Barbosa Lopes [tia-avó do autor do BLOG], filha de José Lopes da Silva (ver 1.1.1.1.11), falecida em 11/06/1995. Ele faleceu em 12/12/2003, com idade próxima de 95 anos.
1.1.1.1.13.5) Maria Aparecida Lopes;
1.1.1.1.13.6) Pedro Rezende Lopes;
1.1.1.1.13.7) Maria Luiza Lopes;
1.1.1.1.13.8) Maria de Lourdes Lopes;
1.1.1.1.13.9) Maria Lopes, a “Siloca”;
1.1.1.1.13.10) Álvaro Rezende Lopes;
1.1.1.1.13.11) Altiva Rezende Lopes;
1.1.1.1.13.12) Maria do Carmo (Dona Carminha). Recentemente, aniversariou, 100 anos de idade.
1.1.1.1.14) Sebastião Lopes da Silva, morador em Santana do Deserto.
1.1.1.1.15) Antônio Lopes da Silva, morador em Paula Lima. Foi casado com Diva de Rezende, irmã de Eugênia de Rezende, esposa do irmão Altivo. OBS: Dentre outros filhos, Antônio foi pai de:
1.1.1.1.15.1) José Rezende Lopes, o “Zé Lopão”, famoso fazendeiro em Piau.
1.1.1.1.16) Joaquim Lopes da Silva, apelidado de “Dudu”, morador no Rosário.
1.1.1.1.17) Vicente Lopes da Silva, foi casado Maria Paulina de Assis. Já era falecido em 1915, na ocasião da abertura do inventário do pai. Seus filhos:
1.1.1.1.17.1) João, de 4 anos em 1915. Posteriormente, João Lopes da Silva se tornou PREFEITO de BARBACENA, entre 1971-1973, pela ARENA. De acordo com narrativa, de meu pai, após o falecimento do pai, ele foi entregue ao meu bisavô, José Lopes da Silva, tio dele, para ser criado. O mesmo o enviou para um internato/colégio interno. Estudou, e se tornou homem público, saudado e lembrado em Barbacena.
1.1.1.1.17.2) Adolpho, de 3 anos, em 1915.
1.1.1.1.17.3) Maria Luíza, de apenas 5 meses em 1915.
1.1.1.2) * Tomás, nascido em 07/03/1844;
1.1.1.3) * Faustino, nascido em 17/02/1846;
1.1.1.4) * José, nascido em 19/01/1848;
1.1.1.5) * Maria, nascida em 03/02/1850;
1.1.1.6) * Joaquim, nascido em 13/10[?]/1851;
1.1.1.7) * Maria Porcina, nascida em 13/06/1855;

1.2) Antônio Lopes da Silva, batizado em 1777, na capela de Nº Srª do Rosário do Curral Novo. Em 19/09/1794, se casou com Anna Maria de Mendonça, viúva de Antônio Francisco de Freitas.
1.3) Anna Maria dos Santos [mesmo nome da mãe], em 18/09/1790, se casou com Francisco Antônio de Souza, exposto em casa de Francisco Ferreira do Couto.


OBSERVAÇÃO:
* não há como ter certeza se estes são filhos do casal. Da forma como está anotado no caderno de rezas e orações, por Manoel Lopes da Silva, parece que sim, mas, oficialmente, não há como confirmar.


FONTES:

FAMILY SEARCH (site) – Pesquisa em Registros Paroquiais (Igreja Católica):

Barbacena – Nº Srª da Piedade; Matrimônios 1808, Jul – 1826, Jan. Página 11 de 308:
Matrimônio de Manoel Lopes da Silva e Cândida Roza.

Barbacena – Nº Srª da Piedade; Batismos, 1811, Jan – 1830, Ago. Página 130 de 243:
Batismo de Manoel [Lopes da Silva].


Censo – 1831 – Rosário – Barbacena – Comarca do Rio das Mortes
Disponibilizado pelo CEDEPLAR (UFMG)


Caderno de Orações de Zeferino Lopes da Silva e Manoel Lopes da Silva (pai). Orações e notas de nascimentos e falecimentos. CÓPIA disponibilizada por Egvan Lopes.


Álbum do município de Juiz de Fora / organizado por Osacar Vidal Barbosa Lage e Albino Esteves. 3ª edição. Juiz de Fora (MG): FUNALFA Edições, 2008. Reedição da 1ª Edição de 1915 por Sérgio Murilo de Almeida Neumann. ISBN 978-85-88609-99-00.


Inventário de Francisca Cândida de Jesus. Inventariante: Zeferino Lopes da Silva.
Ano: 1864 – 12º Processo – Caixa 032 – ID: 321 – Fundo Benjamin Colucci.
Digitalização e Tratamento das imagens: Danilo da Silveira Souza.
Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora, 24 de Outº de 2011.


Inventário de Zeferino Lopes da Silva. Inventariante: Luíza Maria da Assunção.
Ano: 1915 – 69º Processo – Caixa 69 – ID: 2473 – Fundo Benjamin Colucci.
Digitalização: Tarcísio Daniel da Silva; Tratamento das imagens: Roberto Gouvêa (Bolsista).
Arquivo Histórico da Universidade F. de Juiz de Fora – Juiz de Fora, 16 de Fevereiro de 2016.

RECORDAÇÕES DE PIAU. José Arantes Mourão. 4ª Edição, 2015. Gráfica Ed. Rio Branco Ltda.

domingo, 15 de maio de 2016

Família Paiva Arantes de Paula Lima

Em fevereiro de 2016, com relativa sorte, descobri um “mistério” familiar que há muito tempo procurava desvendar. Esta família que me refiro, agora conhecida, se trata dos PAIVAS ARANTES de Paula Lima.

Em minhas pesquisas e registros iniciais, descobri que era tetraneto de Antônio Theodoro de Arantes e Maria das Dores de Paiva. Inicialmente, não tinha nenhuma informação sobre a citada esposa, e, quanto ao marido, tinha grandes suspeitas de ser ligado aos Arantes Marques de Aiuruoca e Andrelândia, visto que, no casamento de Maria Theodora Arantes (filha do casal) e Ezequiel José Franco, realizado em Chapéu D’Uvas em 30/09/1872, as testemunhas do matrimônio foram: tenente João Eustáquio de Arantes, Tristão Joaquim de Arantes e Mathilde Cândida de Arantes, todos ligados aos tradicionais e numerosos Arantes de Aiuruoca, descritos no Projeto Compartilhar. O Antônio Theodoro, pai da noiva, aparece nos “Almanaks Administrativos de Minas Geraes”, como alferes entre 1867 e 1872 e cultor de café em 1874. No período que foi alferes, o tenente era o dito João Eustáquio de Arantes.

Em pesquisa junto ao Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz de Fora, descobri o inventário de Maria das Dores de Paiva, falecida em 23/11/1871, inventariada em 1872, pouco antes do casamento da filha, Maria Theodora. No entanto, o documento, embora trouxesse informações de grande valia, como a relação de filhos, não informava o nome dos pais de Maria das Dores ou do marido Antônio.

Este “desconhecimento” sobre as origens de Antônio Theodoro de Arantes, e, ao mesmo tempo, a proximidade deste com os Arantes Marques de Aiuruoca era algo que me intrigava profundamente, pois, pela sua suposta data de nascimento, o mesmo já deveria estar mencionado nas genealogias do Projeto Compartilhar relacionado aos Arantes, caso fosse parente dos mesmos, mas não havia nenhum indício. Talvez eu tenha passado um ou dois anos “quebrando a cabeça” com esta questão. No entanto, em fevereiro deste ano, ao encontrar, em Andrelândia o casamento de Antônio Theodoro de Arantes e Maria das Dores de Paiva, o mistério foi resolvido, e, para a minha surpresa, foi Maria que apresentou abrangente e distante genealogia, enquanto que, Antônio, seu marido, era “filho exposto”.

Antônio e Maria das Dores se casaram em 14/06/1852 ás três horas da tarde, na paróquia de Nossa Senhora do Porto da Eterna Salvação, Andrelândia. O noivo, Antônio Theodoro de Arantes era “exposto” em casa de Antônio Manoel A[?] – nome ilegível, enquanto Maria das Dores de Paiva era filha legítima de João Basílio de Paiva e Josefa Custódia Ribeiro. As testemunhas foram João Ribeiro do Valle e Joaquim Pereira Godinho. O vigário foi Joaquim Rodrigues Nogueira.

No inventário de Maria das Dores de Paiva, em 1872, cujo inventariante foi seu marido, é possível encontrar na página 06 a relação dos filhos:
1º) D. Maria Theodora de Arantes, já casada com Ezequiel José Franco. [trisavós do autor do blog]
2º) D. Mariana, 17 anos
3º) D. Josephina, 14 anos
4º) João, 12 anos
5º) Joaquim, 11 anos [Posteriormente, é o Joaquim Leonel de Arantes, tenente-coronel da Guarda Nacional e subdelegado em Piau entre 1900-1915] – informação do genealogista Sérgio Mandrioli].
6º) D. Ignácia, 10 anos
7º) D. Idalina, 9 anos
8º) D. Maria, 6 anos
9º) D. Délia, 7 anos
10º) Avelino, 3 anos
11º) D. Brazelina [não entendi a idade]
12º) Tristão, 1 ano

Os filhos do casal, em grande parte, deixaram descendentes em Paula Lima, Piau e Juiz de Fora.

Quanto ao casal progenitor da família acima, as relações de Antônio Theodoro de Arantes com os Arantes de Aiuruoca foi de grande afinidade, mas, naturalmente, era “filho exposto” (órfão). Quanto a Maria das Dores de Paiva, foi possível descobrir remotas origens. Seu pai, João Basílio de Paiva, aparece no Censo de 1831 de Andrelândia, junto com a esposa. O mesmo tinha 44 anos idade. Provavelmente, este é o mesmo João, batizado em 24/06/1787, filho de João de Paiva e Silva e Maria Rodrigues, casados em 06/10/1773, em capela filiada a Matriz de São João Del Rey. Sua ascendência consta na publicação “PAIVA – de Vila Real para Carrancas”, do Projeto Compartilhar, realizada por Regina Junqueira e Bartyra Sette, com colaboração de Moacyr Urbano Villela.

Josefa Honória, a mãe de Maria das Dores, também aparece no Censo de 1831, com 30 anos, fiadeira. A mesma é relacionada no “§ 8º Ângela Joaquina Ribeira Salgado”, publicação também realizada pelo Projeto Compartilhar. Josefa é a filha nº 9 de Ângela.

No mesmo PROJETO COMPARTILHAR, nas publicações “As origens da família Ribeiro Salgado”, “João Mendes de Leão”, “Antônio Vieira e Francisca de Macedo”, e, no sítio TÍTULOS PERDIDOS, de Lênio Richa, é possível construir toda a genealogia de Josefa Honória. A mesma possui vasta ascendência conhecida, sendo descendente dos Ribeiros do Valle, de Cajuru/Aiuruoca, João Garcia Pinheiro e Maria Leal, casal da Ilha do Faial, dos Ribeiros Salgados, de Aiuruoca, João de Almeida Silva, português de Braga, João Mendes de Leão, da Candelária-RJ e Manuel Ferreira de Souza, “o quaresma”, ferreiro do Rio de Janeiro. Há também ramos paulistas em sua ascendência, como Antônio Raposo Tavares, grande bandeirante, os Pires (Salvador Pires), a família Antas Moraes e os Annes Sobrinhos. Por respeito às fontes bibliográficas que aqui cito, não reproduzirei as ascendências, apenas as menciono. No entanto, todas as fontes estão disponíveis para as devidas consultas.

BIBLIOGRAFIA:

- Casamento: Ezequiel José Franco e Maria Theodora Arantes. Chapéu D’Uvas, 30/09/1872. Paróquia Nº Srª da Assunção – Paula Lima. Livro 1871/1888, folha s/nº, termo s/nº. Certidão de casamento emitida pela Cúria Metropolitana de Juiz de Fora em 27 de Agosto de 2014.

- Inventário de Maria das Dores de Paiva. Inventariante: Antônio Teodoro de Arantes. 1872. 21º processo, caixa 93, ID 531. Digitalização: Tarcísio Daniel da Silva. Tratamento das imagens: Roberto Gouvêa (bolsista). Juiz de Fora, 21 de julho de 2014. Fundo Benjamim Colucci. Arquivo Central. Universidade Federal de Juiz de Fora.

- Casamento: Antônio Theodoro de Arantes e Maria das Dores de Paiva. Family Search, Nossa Senhora do Porto da Eterna Salvação, Andrelândia. Página 81 de 107, livro de Matrimônios, 1844, Fev - 1857, Fev. 14/06/1852.

- Censo de 1831 de Andrelândia. Projeto “Poplin-Minas 1830”. Cedeplar – UFMG.

- PROJETO COMPARTILHAR.
Disponível em: http://www.projetocompartilhar.org/
Trabalhos Consultados:
Cap. 2º Ana da Cunha de Carvalho (Família Arantes)
PAIVA – de Vila Real para Carrancas
§ 8º - Ângela Joaquina Ribeiro Salgado
As origens da família Ribeiro Salgado
Ascendência de André do Valle Ribeiro
João Mendes de Leão e ascendência de João de Almeida Silva
Antônio Vieira e Francisca de Macedo

- GENEALOGIA BRASILEIRA - TÍTULOS PERDIDOS – Lênio Richa.
Disponível em: http://www.genealogiabrasileira.com/cantagalo_ptindice.htm
Famílias/Troncos consultados:
Raposos Tavares
Antas Moraes

Annes Sobrinhos

domingo, 10 de abril de 2016

A Família Castro Guimarães e o Barão dos Cataguases

No município de Piau, no início do século XIX, até então parte da “Borda do Campo” (Nº Srª da Piedade – Barbacena), originou-se uma grande família, de origem portuguesa e açoriana (Ilha Terceira), com grande descendência na região: os Castros Guimarães.

As descobertas sobre esta família começaram quando iniciei pesquisas para tentar encontrar as origens de minha tetravó, Maria Angélica de Castro, casada com Antônio Manoel de Barros, juiz de paz em Piau, em 1872.
Em conversa com o amigo e genealogista Adílson Rodrigues, o mesmo me informou sobre o livro “Recordações de Piau”, de José Arantes Mourão, onde, na página 75, consta a história de Bernardina Clara do Nascimento, uma “senhora histórica” da região. O autor do livro, descendente da mesma, expõe informações advindas de informações orais da família, e, em seguida, apresenta a transcrição de parte do óbito da mesma, datado de 05/11/1895, com informações de grande valia, como a relação dos filhos de Bernardina e a filiação desta, além de mencionar a idade de falecimento (impressionantes 107 anos de idade) da mesma e dos filhos vivos. Bernardina, de acordo com o óbito, era filha de Antônio Dias Machado e Ângela de Jesus, e era viúva de José Antônio de Castro. Um dos filhos mencionados é justamente a Maria Angélica de Castro, minha antepassada, confirmada de fato quando o genealogista Sérgio Mandrioli, também descendente dos Castros Guimarães, me transmitiu informações confirmando o casamento da mesma com o Antônio Manoel de Barros.

No livro de José Mourão, é interessante o relato oral sobre a origem da família Castro Guimarães: segundo os relatos, Bernardina, seria uma índia, do estado do Rio de Janeiro, pega “á laço”, e, ainda solteira, recebeu da Corte Portuguesa uma sesmaria de terras em Piau. Posteriormente, ela, já rica, com posses, se casou com um português (José Antônio de Castro).  O marido, passou a fazer viagens, como tropeiro de sal, querosene e outros mantimentos, além de contrabandear ouro; em uma das viagens, perto do Morro da Boiada, em Santo Antônio (Juiz de Fora), o mesmo passou mal e faleceu, ficando Bernardina viúva [o relato, com maiores detalhes, consta no livro de José Arantes Mourão].
Esta narrativa, com elementos incomuns e pouco prováveis (uma índia fluminense, solteira, recebendo terras da Corte Portuguesa para se fixar em Minas Gerais) com fatos possíveis (o casal José Antônio e Bernardina viver do intercâmbio de mantimentos e traficar ouro) me motivou a pesquisar e buscar as origens verdadeiras desta família.

Minha tarefa inicial foi, então, tentar obter o Óbito original de Bernardina, junto ao cartório de Piau e ir à Biblioteca Municipal Murilo Mendes, em Juiz de Fora. Além de conseguir a transcrição do óbito de Bernardina em Piau, me informaram, na Biblioteca de Juiz de Fora, o contato do genealogista Sérgio Mandrioli, que me forneceu informações de grande valia e importância.
O documento enviado pelo cartório [óbito] é coincidente com a descrição do mesmo no livro de José Mourão; Bernardina, faleceu no dia 04/11/1895, sendo o documento [óbito] escrito no dia seguinte. Na foto do túmulo de Bernardina, enviada pelo Srº Sérgio Mandrioli, encontra-se a data de nascimento (22/03/1788) e falecimento (04/11/1895) da mesma. No termo de óbito [cartório], além da citação do falecido marido e dos pais de Bernardina, consta que a mesma tinha “quatorze filhos”. Todos eles são citados nominalmente:
Maria Carlota de Castro, falecida (01), Domingos de Castro Guimarães, falecido (02), Marcellino de Castro Guimarães, falecido (03), Antônio de Castro Guimarães, falecido (04), Carlota Augusta de Castro, falecida (05), Camilla Augusta de Castro, falecida (06), Carolina Augusta de Castro, falecida (07), Bárbara Augusta de Castro, falecida (08), Prudenciana Augusta de Castro, falecida (09), e eram vivos Maria Angélica de Castro, de setenta e quatro anos (10), José Antônio de Castro Guimarães, de setenta e dois anos (11), Cândida Augusta de Castro, de setenta anos (12) e Constança Augusta de Castro, de sessenta e dois anos (13).
Este foi outro “mistério”: o documento diz que Bernardina teve 14 filhos, no entanto, foram citados apenas 13 no documento de óbito que recebi do cartório, exatamente igual a transcrição no livro de José Mourão. Esta dúvida, só foi sanada na correspondência encaminhada pelo Srº Sérgio Mandrioli, com a cópia exata do documento original. Nesta cópia, no final da página, é citado no meio da relação de filhos o nome que faltou para completar os quatorze filhos: Manoel de Castro Guimarães, falecido (14). Este, de acordo com o próprio Sérgio e demais fontes, é o Barão dos Cataguases, nascido por volta de 1817, em Piau, [informação do censo de 1831, de Piau] * casando-se depois com Dona Ana Guilhermina de Macedo Moura, filha do Tenente José Macedo Cruz, também de Piau. Manoel foi importante proprietário de terras, vereador em Juiz de Fora nas legislaturas de 1857-1861 e 1869-1872 e agraciado com o título de Barão em 13/12/1876. Em 27/05/1881, recepcionou, em sua casa, para almoço, o Imperador D. Pedro II. Faleceu em 24/09/1881, sendo sepultado no cemitério municipal, em Juiz de Fora. Seu jazigo se encontra á direita da entrada lateral do cemitério, próximo ao muro.

*(OBS: no dia 07/11/2017, posterior a este publicação, o amigo e genealogista Diego Duque me enviou o batismo de Manuel, ocorrido em Curral Novo, na data de 24/08/1816)



Ao realizar pesquisas nos registros do “Family Search”, consegui descobrir as origens da família. O Barão dos Cataguases, Manoel de Castro Guimarães e seus irmãos, eram filhos de José Antônio de Castro Guimarães e da Bernardina Clara do Nascimento (informação já conhecida no óbito de Barnardina). O matrimônio do casal ocorreu em 09/10/1809, na capela do Curral. José Antônio, de fato, era português, de São Martinho, Braga, filho de Antônio de Castro e Catarina Ribeira. No censo de 1831, sua idade declarada era de 53 anos, o que nos permite inferir que era nascido em aproximadamente 1778. Bernardina Clara do Nascimento era natural da Borda do Campo, filha de Antônio Dias Machado e Ângela Maria [confirmando a informação do óbito de 1895].
Antônio Dias Machado e Ângela Maria se casaram em 10/10/1774, na Borda do Campo. Ele, era de São Sebastião, Angra, Ilha Terceira, filho de Antônio Dias e Mônica de Jesus; Ângela, era filha dos também açorianos (de S. Sebastião, Angra) Felipe Mendes e Maria de Jesus, MAS, casados na Borda do Campo, Barbacena, em 08/09/1755.
Todas estas informações demonstram que Bernardina tinha ascendência portuguesa, o que torna puramente lendária a sua suposta origem indígena/fluminense, como também o recebimento de terras pela Corte Portuguesa. No entanto, é possível que o marido de Bernardina, José Antônio de Castro Guimarães tenha vindo ao Brasil com a Corte Portuguesa, visto a procedência do mesmo (português) e o casamento com Bernardina em 1809. No entanto, não há como comprovarmos esta possibilidade. Além disso, José Antônio era proveniente do norte de Portugal (Braga/Guimarães), relativamente distante de Lisboa, aonde, provavelmente, quase todo o contingente que veio para o Brasil em 1808 era procedente.

A SEGUIR, SERÁ DEMONSTRADA A GENEALOGIA DOS CASTROS GUIMARÃES, OBJETO PRINCIPAL DESTE ESTUDO, SEGUINDO O MÉTODO DE NUMERAÇÃO AHNENTAFEL; POSTERIORMENTE, SERÁ EXPOSTA A GENEALOGIA DA FAMÍLIA BARROS, GENTILMENTE INFORMADA PELO GENEALOGISTA SÉRGIO MANDRIOLI.

FAMÍLIA CASTRO GUIMARÃES: Genealogia – numeração AHNENTAFEL:

GERAÇÃO INICIAL

1) Irmãos Castro Guimarães:
Manuel de Castro Guimarães, o BARÃO dos CATAGUASES
Maria Carlota de Castro,
Domingos de Castro Guimarães,
Marcellino de Castro Guimarães,
Antônio de Castro Guimarães,
Carlota Augusta de Castro,
Camilla Augusta de Castro,
Carolina Augusta de Castro,
Bárbara Augusta de Castro,
Prudenciana Augusta de Castro,
Maria Angélica de Castro,
José Antônio de Castro Guimarães,
Cândida Augusta de Castro,
Constança Augusta de Castro

PAIS:

2) José Antônio de Castro Guimarães, nascido aprox. 1778 em São Martinho, Braga (POR). Em 08/10/1809, na Capela do Curral (Nº Srª Piedade, Barbacena), se casou com:

3) Bernardina Clara do Nascimento, nascida em Piau, em 22/03/1788, falecida na Fazenda Bom Jardim, em Piau, em 04/11/1895, aos 107 anos de idade.

AVÓS:

4) Antônio de Castro.
5) Catarina Ribeira.
6) Antônio Dias Machado, nascido em São Sebastião, Angra, Ilha Terceira. Em 10/10/1774, na Borda do Campo (Nº Srª Piedade, Barbacena) se casou com:
7) Ângela Maria, batizada em 13/09/1760, na Borda do Campo (Barbacena).

BISAVÓS:

12) Antônio Dias, casou em São Sebastião, Angra, Ilha Terceira em 1724, com:
13) Mônica de Jesus
14) Felipe Mendes, batizado em 26/07/1697 em São Sebastião, Angra, Ilha Terceira. Imigrou para o Brasil, e se casou em 08/09/1755 na Borda do Campo, com:
15) Maria de Jesus, batizada em 02/10/1720 em São Sebastião, Angra, Ilha Terceira. Imigrou para o Brasil com a mãe e o padrastro.

TRISAVÓS:

24) Matheus Fernandes Nunes. Já Falecido em 1724.
25) Francisca da Costa. Já Falecida em 1724.
26) Antônio Ferreira. Já Falecido em 1724.
27) Bárbara Pereira. Já Falecida em 1724.
28) Manuel Homem.
29) Íria Mendes.
30) Lourenço Vieira, natural de Santa Bárbara. Se casou em 15/06/1715, em S. Sebastião, com:
31) Bárbara Faleira, batizada em S. Sebastião, Angra, em 27/06/1697. Posteriormente viúva, com filhos, se casou mais duas vezes. Com o 2º marido, Sebastião Martins, imigrou para Barbacena. Faleceu em 21/09/1788, com quase 91 anos.

TETRAVÓS:

60) Lázaro de Freitas Franco, natural de Santa Bárbara. Se casou em Santa Cruz, em 04/11/1669, com:
61) Maria Cardoza Aguiar, também natural de Santa Bárbara.
62) Bento Faleiro, batizado em São Sebastião, Ilha Terceira, em 26/03/1659, faleceu em 16/05/1722. Em 30/10/1690, se casou com:
63) Francisca Nunes, batizada em S. Sebastião, I. Terceira, em 24/02/1663. Faleceu no mesmo dia que o marido.

PENTAVÓS:

120) Gaspar Gregório. Já falecido em 1669.
121) Maria Aguiar. Já falecida em 1669.
122) João Rodrigues Vieira. Já falecido em 1669.
123) Maria Cardoza. Já falecida em 1669.
124) Domingos Fernandes, pedreiro.
125) Ângela Camela, nascida e falecida em São Sebastião.
126) Antônio Nunes.
127) Maria Machado.



FAMÍLIA BARROS: Breve Exposição e ligação com os Castros Guimarães.
Antônio Manoel de Barros, juiz de Paz em Piau [1872 – Almanak Administrativo], falecido em 1875, foi casado com Maria Angélica Castro (acima; era uma das filhas de José Antônio de Castro Guimarães e Bernardina Clara do Nascimento), nascida aproximadamente em 1821, em Piau, falecida após 1895. Ambos foram pais de:
1) Antônio Firmino de Barros, batizado em 11/06/1841, na Freguesia do Engenho do Matto. Os padrinhos foram Joaquim Mendes Ferreira Castro e d. Bernardina Clara do Nascimento [avó do batizado];
2) Ana Rita de Barros, casada com Bento José Corrêa;
3) Honório Manoel de Barros;
4) Francisco Augusto de Barros, dispensado do exército em 26/08/1875, para ajudar a mãe, viúva, com a fazenda. Casou, em 03/10/1877 em S. Miguel das Almas com Maria Cândida de Oliveira, filha de João Antônio Corrêa e Emerenciana Maria de Jesus, neta paterna de Antônio José Corrêa e Joaquina Maria Esméria; neta materna de Manoel Rodrigues de Oliveira e Francisca Maria de Jesus. Francisco e Maria Cândida são trisavós do autor do Blog.
5) José Maximiano de Barros;
6) Camilo Augusto de Barros;
7) Emiliana Augusta de Barros, casada com José Francisco Nunes de Moraes;


AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
1) O desenvolvimento da pesquisa aqui apresentada, só foi possível graças a providencial e valiosíssima ajuda do amigo e genealogista Adílson José Rodrigues, que me apresentou a obra “Recordações de Piau”, de José de Arantes Mourão. As informações do livro me orientaram a buscar as informações necessárias para descobrir a origem da família;
2) Ao escritor e “primo” (também descendente dos Castros) José Arantes Mourão, pela grande simpatia e cordialidade com que me apresentou a sua obra;
3) Ao genealogista e “primo” (também descendente dos Castros) Sérgio Mandrioli, ao me repassar excelentes e importantes informações para o desenvolvimento deste trabalho.


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
RECORDAÇÕES DE PIAU. José Arantes Mourão. 4ª Edição, 2015. Gráfica Ed. Rio Branco Ltda.

ÓBITO DE BERNARDINA CLARA DO NASCIMENTO. Cartório de Notas de Piau. Livro de Óbito nº 03, Registro nº 254. Data 05/11/1895. Emissão da certidão: 19/02/2016.

CORRESPONDÊNCIA Recebida do Genealogista Sérgio Mandrioli (RJ). Data: 09/03/2016. Conteúdo Básico: Família de Maria Angélica de Castro e Antônio Manoel de Barros, foto e informações do túmulo de Bernardina Clara do Nascimento, transcrição do livro de óbito da Bernardina Clara do Nascimento, Procurações Diversas.

CÂMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA. Legislaturas Anteriores (desde 1853).
Manoel de Castro Guimarães: Vereador de 1857 a 1861 e 1869 a 1872.

CÍRCULO MONÁRQUICO BRASILEIRO – A Nobreza Brasileira.
Manoel de Castro Guimarães: Barão de Cataguases.

PIRES, João Ricardo Ferreira (2007). Notas de um Diário de viagem a Minas Gerais: política e ciência na escrita viajante do Imperador D. Pedro II (1881). Dissertação de Pós-Graduação (Mestrado) em História (UFMG). Orientadora: Eliana de Freitas Dutra. Página 133: menção a recepção e almoço de D. Pedro II na residência do Barão de Cataguases.

FAMÍLIA MACEDO CRUZ (Barbacena / Piau). Árvore Genealógica.
Disponível em: http://www.familiaridade.com.br/biografia_familia.asp?id_pessoa=497388

GENEALL – títulos: Barões dos Cataguases. IN: Nobreza de Portugal e Brasil, vol. 3, pág. 594.

CENSO DE PIAU, 1831. Cedeplar (UFMG). Casal José Antônio de Castro e Bernardina. Pág. 16.
Disponível em: http://www.nphed.cedeplar.ufmg.br/relacao-de-pesquisas-realizadas/#

FAMILY SEARCH (site) – Pesquisa em Registros Paroquiais (Igreja Católica):

Barbacena – Nº Srª da Piedade; Matrimônios 1795, Dez – 1812, Nov. Página 130 de 135:
Matrimônio de José Antônio de Castro Guimarães e Bernardina Clara.

Barbacena – Nº Srª da Piedade; Matrimônios 1752, Out – 1781, Fev. Página 177 de 238:
Matrimônio de Antônio Dias Machado com Ângela Maria da Conceição.

Barbacena – Nº Srª da Piedade; Matrimônios 1752, Out – 1781, Fev. Página 24 de 238:
Matrimônio de Felipe Mendes e com Maria de Jesus.

PROJETO COMPARTILHAR – Bento Faleiro e Francisca Nunes
Autores: Bartyra Sette e Moacyr Villela
Disponível em: http://www.projetocompartilhar.org/Familia/BentoFaleiro.htm

CENTRO DE CONHECIMENTO CULTURAL DOS AÇORES.
Disponível em: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ig/registos/Default.aspx

Ilha Terceira – São Sebastião; Matrimônios 1673 a 1766 – Página 149.
Matrimônio de Antônio Dias e Mônica de Jesus.

Ilha Terceira – Santa Cruz; Matrimônios 1633 a 1679 – Página 147.

Matrimônio de Lázaro de Freitas Franco e Maria Cardoso de Aguiar.

sábado, 30 de janeiro de 2016

OS LEMES E A LIGAÇÃO AOS BARROS E CÂMARAS NA ILHA DA MADEIRA

A família Leme, de São Paulo, originária a partir de Pedro Leme (nascido no Funchal, Madeira), deixou um legado significativo para o Brasil colônia. Seus descendentes ajudaram a construir não apenas a capitânia de São Vicente, mas todo o estado de São Paulo, e as regiões Sudeste e Sul. Seus descendentes constituem-se em grande parte de brasileiros, de todas as origens. Falar dos Lemes é falar do Brasil. Ao longo da história, foram bandeirantes, donos de engenho, juízes, capitães, fazendeiros e autoridades políticas. Hoje, estão presentes em todos os segmentos da sociedade brasileira.

Em face de sua grandeza, seja em número, seja em história, esta família é muito estudada por genealogistas e historiadores. Mas existem três pontos “nebulosos” sobre as origens de Antão Leme (pai) e Pedro Leme (filho), os patriarcas dos Lemes brasileiros:

1º ponto) A ascendência, por varonia, de Antão Leme até os Leems, de Bruges (Flandres) ainda é polêmica. Existem fontes bibliográficas conflitantes sobre as filiações em Portugal e Ilha da Madeira. É fato a origem flamenga, mas não há consenso quanto á “forma”. Nas ponderações apresentadas abaixo, serão realizadas citações de um trabalho acadêmico, que, a meu ver, resolveu tal questão.

2º ponto) Alguns genealogistas, discutem se Antão Leme era filho de Catarina de Barros, em razão de uma suposta cronologia conflitante. Além disso, o Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique Henriques de Noronha, escrito em 1700, não apresenta Antão Leme descrito no título dos Lemes. Ambas as ressalvas, constam no site “Capitão Domingos da Silva e Oliveira”, indicado nas referências.

Como “contra-argumento” ás indagações acima apresentadas, há apenas a petição de Pedro Leme, em 02 de Outubro de 1564, perante o desembargador Braz Fragoso. No documento apresentado por Taques, e, posteriormente, Silva Leme, consta:

'Diz Pedro Leme, que ele quer justificar que é filho legítimo de Antão Leme, natural da cidade do Funchal da Ilha da Madeira, o qual Antão Leme é irmão direito de Aleixo Leme e de Pedro Leme, os quais todos são fidalgos nos livros de El-rei, e por tais são tidos e havidos e conhecidos de todas as pessoas que razão têm de o saber; e outrossim são irmãos de Antonia Leme, mulher de Pedro Affonso de Aguiar, e de Leonor Leme, mulher de André de Aguiar, os quais outrossim são fidalgos, primos do capitão donatário da Ilha da Madeira; os quais Lemes outrossim são parentes em grau mui propínquo de Dom Diniz de Almeida, contador-mor, e de D. Diogo de Almeida, armador-mor, e de Diogo de Cablera, f.° de Henrique de Sousa, e de Tristão Gomes da Mina, e de Nuno Fernandes, veador do mestrado de Santiago, e dos filhos de Claveiro por ser a mãe deles outrossim sobrinha dos ditos Lemes, tios e pai dele suplicante, os quais são tidos e havidos e conhecidos em o reino de Portugal por fidalgos; pede a Vmce. lhe pergunte suas testemunhas, e por sua sentença julgue ao suplicante por fidalgo, e lhe mande guardar todas as honras, privilégios e liberdade que às pessoas de tal qualidade são concedidas. E. R. M.'

Primeiramente, devemos questionar: o que é “irmão direito”? De acordo com a enciclopédia Larousse Cultural, dentre as definições de “direito” (adjetivo), especialmente, em heráldica, significa “das armas do chefe de geração ou linhagem, sem quebra nem diferença; diz-se também do brasão apresentado em sua posição normal. Portanto, creio que podemos entender que Antão Leme foi apresentado como irmão “direto” dos demais.

Como reflexão, é importante revisarmos e enfatizarmos o parentesco com os irmãos Almeida, exposto por Taques. D. Diogo de Almeida, e D. Diniz de Almeida (contador-mor do reino), eram filhos do casal Antônio de Almeida (contador-mor do reino) e Maria Paes, sendo esta filha de João Rodrigues Paes (também contador-mor do reino) e Catharina Leme. Esta última era irmã de Antônio Leme, bisavô de Antão Leme, conforme exposição de Pedro Taques.

Além da citação de parentesco com os Almeidas, Pedro Leme, em sua justificação, apresentou como tias Antônia Leme e Leonor Leme, casadas respectivamente com Pedro Affonso de Aguiar e André de Aguiar, primos dos donatários da Ilha da Madeira. No Nobiliário das Famílias de Portugal (Felgueiras Gayo), no título dos Aguiares (arquivo 40102 – página 197), consta o casamento de André de Aguiar com Leonor Leme, sendo esta descrita como filha de Antônio Leme, neta de Martim Leme e bisneta de Antônio Leme, o flamengo. A descrição é compatível com a apresentada por Montarroyo in Pedro Taques. Quanto a André de Aguiar, o mesmo era, de fato, ligado aos Câmaras; sua avó era Isabel Gonçalves da Câmara, filha de João Gonçalves Zarco.

É interessante notar que Pedro Leme comprovou sua nobreza não apenas pela ligação com os Lemes, e não descreveu com detalhes sua genealogia; sua comprovação foi totalmente embasada em parentescos relativamente recentes e colaterais, em especial, com os Almeidas, Aguiares e Câmaras.

De acordo com Montarroyo in Taques, Martim Leme é o formador do tronco dos Lemes na Ilha da Madeira, citando, inclusive, o ano de 1483 como data de sua mudança para a ilha. Portanto, Antão Leme seria seu neto, e, Pedro Leme, seu bisneto.
Silva Leme, no título de Lemes, cita:

F-1 Pedro Leme, que passou da dita ilha a S. Vicente com sua f.ª Leonor já casada com Braz Teves, como escrevemos adiante. Pedro Taques menciona a este Pedro Leme como o 1.º chegado a S. Vicente, porém frei Gaspar da Madre de Deus assevera ter visto o livro mais antigo de termos de vereança de S. Vicente (não consultado por Pedro Taques) onde consta que Antão Leme foi juiz ordinário na dita vila em 1544; portanto, este (e não seu f ° Pedro Leme) deve ser considerado como o tronco dos Lemes em S. Paulo.

Se há testemunhos de Antão Leme ser juiz em São Vicente em 1544 (conforme informação acima), sendo que Pedro Leme, seu filho, já estava em 1550 em São Vicente com sua mulher, Luzia Fernandes, e filha, Leonor Leme (neta de Antão), já casada com Braz Esteves, e justificou sua fidalguia em 02 de outubro de 1564, é possível supormos:
- Leonor Leme, talvez, seria nascida por volta de 1530, ou pouco depois.
- Pedro Leme seria nascido por volta de 1505-1510, ou depois [faleceu em Março de 1600]
- Antão Leme poderia ter nascido, por volta de 1485.

Se Antão Leme é realmente neto de Martim Leme, que imigrou para a Madeira em 1483, de fato, a cronologia só é pertinente se Martim Leme levou para a ilha seu filho Antônio, já com idade para casamento. Se Antônio nasceu na Ilha da Madeira, há equívocos na apresentação da linhagem.

No entanto, no magnífico trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme [ver referência e link abaixo], foi realizada a reconstituição da genealogia e cronologia dos Lemes. De acordo com suas ponderações, a linhagem correta dos mesmos seria:

1- Martim Leems, cavaleiro flamengo, mudou-se para Lisboa, em 1452. Casou-se com Leonor Rodrigues. Tiveram 6 filhos:

2 – Luís Leme;

2- Martim Leme, “o moço”. Negociante, com registros na Ilha da Madeira; talvez, participou da conquista de Tanger, em 1471. Falecido antes de 13/08/1485.

2- Antônio Leme, o flamengo. Assim como o irmão, participou da conquista de Tanger, em 1471. Obteve carta de fidalguia em 12/11/1471. Em 1483, foi para a Ilha da Madeira. Casou-se com Catharina de Barros, e, mais tarde, foi colaborador de Cristóvão Colombo. Seus filhos seriam:
3 – Antão Leme - imigrou para São Vicente com a família; Falecido: 1560.
3 – Pedro Leme - sem maiores informações.
3 – Martim Leme  - sem maiores informações.
3 – Aleixo Leme, casou com Mécia de Melo.
3 – Ruy Leme; casou com Leonor Vieira (1º) e Maria Franco Cabreira (2º).
3 – Antônia Leme, casou com Pedro Afonso de Aguiar.
3 – Leonor Leme, casou com André de Aguiar da Câmara.

2 – João Leme. Foi para a Ilha da Madeira, sendo enterrado na Igreja do Convento de São Francisco.

2 – Rui Leme, testemunha, em 1494, do Tratado de Tordesilhas. Cavaleiro de D. Manoel em 19/09/1497. Rendeiro da Alfândega de Funchal em 1506.

2 – Catarina Leme. Casou com Fernão Gomes da Mina (1º) e João Rodrigues Paes (2º), contador-mór do Reino. Deste casamento, foram descendentes os irmãos Almeidas, citados na justificação de Pedro Leme.

2 – Isabel Leme;

2 – Maria Leme, casou com Martim Dinis – mãe de Henrique Leme, mencionado e estudado pelo trabalho de Margarida Paes Leme.

Diante da revisão apresentada, creio na compatibilidade e possibilidade de Catharina de Barros ser a mãe de Antão Leme, sendo este irmão direto dos demais, conforme carta de justificação de Pedro Leme e revisões genealógicas dos Lemes, conforme artigo de Margarida Paes Leme. Além disso, a ausência de seu nome no Nobiliário da Ilha da Madeira, por si só, não representa a impossibilidade de filiação materna de Antão Leme. Esta é a opinião do autor deste blog, embasada na bibliografia citada e referenciada.

3º ponto) Pedro Taques (Nobiliarchia Paulistana – Século XVIII) e Silva Leme (Genealogia Paulistana), afirmam que Antão Leme era filho de Antônio Leme e Catharina de Barros, sendo esta filha de Pedro Gonçalves da Câmara e Izabel de Barros.

Esta suposta ligação com Pedro Gonçalves da Câmara exerce impactos significativos na ascendência dos Leme. De acordo com a descrição de Silva Leme:

D-1 Antonio Leme, f.º de C-1, viveu na Ilha da Madeira muito abastado na sua quinta, que depois se chamou dos Lemes, na freguesia de Santo Antonio do Campo junto à cidade do Funchal. Casou com Catharina de Barros, a qual instituiu o morgado na vila da Ponta do Sol na dita ilha, f.ª de Pedro Gonçalves da Camara e de Izabel de Barros, n. p. de Pedro Gonçalves da Camara e de Joanna d'Eça, esta f.ª de João Fogaça e da camareira-mor da rainha d. Catharina mulher de d. João III; bisneta do 2.º capitão do Funchal João Gonçalves da Camara, fidalgo da casa real, que foi tido em alta estima pelo rei por grandes serviços que lhe prestara na tomada de Cepta e de Arzilla, e de Maria de Noronha (com quem se casou em Cepta) f.ª de dom João Henriques, por este neta de dom Diogo Henriques, conde de Gijon, que foi f.º natural de dom Henrique, rei de Castela; terneta do 1.º capitão do Funchal João Gonçalves Zargo e de Constança Rodrigues de Almeida (f.ª de Rodrigo Annes de Sá), os quais com seus f.ºs ainda menores em 1420 foram povoar a Ilha da Madeira, da qual foi o descobridor e capitão o dito Zargo, com propriedade na metade dela por concessão de el-rei.

Pois bem. Conforme observado, a genealogia apresentada por Silva Leme insere o Rei Enrique II, de Castela, nas origens dos Lemes paulistas, assim como toda a dinastia Afonsina (POR), Capet (FRA), Anjou e Normanda (ING), assim como diversos monarcas de Aragão, Hungria, Kiev, reis nórdicos e Sacro-Imperadores romano-germânicos. Em resumo: praticamente todas as casas reais europeias foram inseridas na genealogia dos Lemes paulistas. Além dos reis, a família Câmara é de notáveis feitos em Portugal, inclusive, quanto ao descobrimento e povoamento inicial da Ilha da Madeira, sendo estes também os capitães e donatários da mesma. No entanto, devemos fazer as seguintes indagações: esta genealogia está correta? Qual foi a fonte bibliográfica de Silva Leme? Existem elementos comprobatórios desta ligação?

Silva Leme, certamente, embasou a genealogia inicial dos Lemes nos trabalhos de Pedro Taques, e, este último, utilizou Montarroyo como sua referência. Taques, se limitou a apontar Pedro Gonçalves da Câmara e Isabel de Barros como pais de Catharina de Barros; Silva Leme apresentou á Pedro Gonçalves da Câmara pai homônimo e Joana D’Eça como mãe, ligando o mesmo aos nobres ramos, conforme citado acima.

Haveria alguma outra fonte bibliográfica que dê suporte á ligação familiar construída por Silva Leme? Como os nobiliários tratam da genealogia dos Câmaras?

Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal, expõe dois casamentos de Pedro Gonçalves da Câmara: a primeira vez, Joana D’Eça, e a segunda vez com Catarina de Ornellas de Saavedra. Mas não há filho homônimo.

O padre Antônio Cordeiro, no livro “História Insulana das Ilhas” (ver referência), na página 227, ao descrever a genealogia da esposa de João de Bettencourt, o degolado, escreve:

 (...) e o quarto neto era o primeiro Vital de Betencor, cujo degolado pai João de Betencor era filho de Francisco de Betencor, primeiro do nome, e de sua mulher D. Maria da Camera, filha do segundo Pedralves da Camera, e neta do primeiro Pedralves da Camera, que da Madeira veio para a Terceira, e bisneta legítima do segundo capitão de Funchal João Gonçalves da Camera (...)

Apesar do segundo “Pedralves da Camera” já ser natural da Ilha Terceira, em razão da migração de seu pai, oriundo da Madeira, o Padre Antônio Cordeiro atribuiu filho homônimo a um dos filhos do capitão João Gonçalves da Câmera. O termo “Pedralves” pode ser Pedro Gonçalves ou Pedro Álvares; não sabemos. Existem indícios que este Pedro Álvares da Câmara originou os Câmaras da Ilha Terceira.

Estes dois breves exemplos (Felgueiras Gayo e Pe Antônio Cordeiro) apenas demonstram o quão confusa e polêmica são as genealogias dos primórdios das ilhas.

O próprio Felgueiras Gayo, em seus volumes finais (40117 – página 496), nos traz uma informação interessante. Nesta seção de sua obra, são apresentadas árvores de costados, sendo exposta, na referida página, a genealogia de Roque Macedo Leme. Este foi cônego na Sé do Rio de Janeiro, com estudos em Coimbra. Foi genealogista e parente de Taques.





Se observarmos, em sua árvore de costados, o pai, avô, bisavô e trisavô [este filho de Pedro Leme e Isabel Paes], todos possuem o sobrenome “Leme da Câmera”. Qual é a razão desta denominação? Qual foi a fonte de Felgueiras Gayo? Seria o sobrenome “Câmera” uma adição em referência ao parentesco por afinidade com os Câmaras, conforme petição de Pedro Leme? Ou, de fato, são os Lemes descendentes dos Câmaras? Teria Felgueiras Gayo consultado a obra do próprio Roque Macedo Leme, publicada em 1792 em Lisboa? Provavelmente sim.

OUTRA VERSÃO: PEDRO GONÇALVES DA CLARA

O genealogista Luís Porto Moretzsohnm de Castro, em publicação na Revista do Instituto de Estudos Genealógicos, baseando-se no Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique Henriques de Noronha, afirma que Catarina de Barros, a esposa de Antônio Leme, era filha de Pedro Gonçalves da Clara e Isabel de Barros, enfatizando que, no título de Câmaras da referida obra, não há menção a este casal.

Carlos de Agrela, em seu trabalho “Famílias da Madeira e Porto Santo”, no § 8º, na descrição da prole de Pedro Gonçalves da Câmara e Joana de Eça, não menciona nenhum filho homônimo, nem um segundo casamento ou descendente que imigrou para a Ilha Terceira.

Felgueiras Gayo, no título de Câmaras, aponta dois casamentos de Pedro Gonçalves da Câmara, mas nenhum filho homônimo.

Em registros informais, sobre acontecimentos anuais na Ilha da Madeira, consta que, em 1508, houve a venda da Capela do Santíssimo Sacramento a Pedro Gonçalves da Clara e sua mulher Isabel de Barros.

Margarida Paes Leme, em seu artigo sobre os Lemes, afirma que Catarina de Barros era filha de Pedro Gonçalves da Clara e sua mulher Clara Esteves; no entanto, segundo diversos fóruns, inclusive no sítio Geneall, afirma-se que Clara Esteves fora sua primeira esposa, e, seu nome, na verdade, era apenas Pedro Gonçalves.

PONDERAÇÕES FINAIS

Diante da não-menção por genealogistas da Ilha da Madeira do filho homônimo “Pedro Gonçalves da Câmara”, ligado a família Câmara, casado com Isabel de Barros, e a evidência da existência do casal Pedro Gonçalves da Clara e Isabel de Barros em 1508, creio que é prudente e zeloso entendermos que Catarina de Barros, a esposa de Antônio Leme, era filha de Pedro Gonçalves da Clara e Isabel de Barros. Quanto ás origens de Pedro Gonçalves da Clara, não a conhecemos. Provavelmente, era um homem de posses e prestígio junto á comunidade, visto que ele e sua segunda esposa adquiriram uma Capela e instituíram um morgado na Ribeira dos Melões.
A ligação familiar direta dos Lemes com os Câmaras, no meu entender, carece de fontes concretas, onde não é possível contestar as genealogias tradicionais dos Câmaras na Ilha da Madeira. José Freire de Montarroyo Mascarenhas, fonte primária de Taques, expediu seus trabalhos no século XVIII, ou seja, período muito posterior ao possível “enlace” entre os Lemes e os Câmaras. Além disso, Pedro Leme, em sua petição, mencionou o casamento de suas irmãs com os Aguiares; se o mesmo fosse, de fato, descendente dos Câmaras, poderia ter citado o seu suposto bisavô Pedro Gonçalves da Câmara.
Uma informação, a ser discutida, é o fato de João Gonçalves da Câmara, pai de Pedro Gonçalves da Câmara, ser o fundador do Convento de Santa Clara (informação do trabalho de Agrela). Talvez, poderia, a partir deste ponto, existir alguma ligação familiar interessante. Mas, isto é apenas uma suposição, sem nenhum embasamento concreto.

Gostaria, por meio deste texto, de incentivar discussões e investigações sobre as origens de uma família tão ilustre e grandiosa na história de São Paulo e do Brasil. É uma honra ser descendente dos Lemes, homens, que, da belíssima Bruges, se expandiram para Portugal, para as ilhas e para o Brasil.

OBSERVAÇÃO: Quero aqui esclarecer, primeiramente, que meu intuito aqui é apresentar, resumidamente, as opiniões sobre as principais dúvidas que pairam sobre a Genealogia dos Lemes, e promover o debate sobre esta ascendência. Não tenho a pretensão de colocar um “ponto final” na questão, até por que, muitos genealogistas, com muito mais conhecimento e experiência que o autor deste blog, já discutiram este assunto. Além disso, minhas fontes de informações (apresentadas abaixo) são extraídas da internet, e não de compêndios genealógicos iniciais.


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

Biografia do cônego Roque Luiz de Macedo Paes Leme da Câmara. Colégio Brasileiro de Genealogia. Disponível em:
http://www.cbg.org.br/novo/colegio/historia/patronos/conego-roque-luiz-de-macedo-paes-leme-da-camara/

Capitão Domingos da Silva e Oliveira [Exposição do Nobiliário da Ilha da Madeira]
http://capitaodomingos.com/o-o-leme-na-nobiliarquia-nobiliario-genealogia-da-ilha-da-madeira-nao-tem-antao-leme/

Famílias da Madeira e Porto Santo. Câmaras de Lobos. AUTOR: Compilação de Carlos Agrela. Disponível em:
http://www.concelhodecamaradelobos.com/Documentos/familias_porto_santo_madeira_camara_lobos.pdf


GAIO, Felgueiras, 1750-1831
Nobiliário de famílias de Portugal / Felgueiras Gaio. - [Braga] : Agostinho de Azevedo Meirelles : Domingos de Araújo Affonso, 1938-1941 (Braga : : Pax). - 17 v. : il. ; 30 cm; Digitalizado e disponível em: http://purl.pt/12151

Genealogia Paulistana - Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919)
Vol II - Pág. 179 a 229 - Tit. Lemes (Parte 1)
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Lemes_1.htm

Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Volume 8 [CUX-DUR] – página 1925, 3ª coluna.
Impressão: Atlântida – Cochrane S.A. Argentina; Nova Cultural Ltda 1998. ISBN 85-13-00762-5.

História Insulana das Ilhas a Portugal sugeitas no Occeano Ocidental. Padre Antônio Cordeiro. Companhia de Jesus. Obra Original: Lisboa, 1717. Texto Digitado; Disponível em:
https://archive.org/stream/historiainsulan01cordgoog/historiainsulan01cordgoog_djvu.txt

Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica. Pedro Taques de Almeida Paes Leme. Tomo III. Título LEMES. Editora: USP. Ano: 1980. OBS: A obra original, é do Século XVIII.

Os Lemes – um percurso familiar de Bruges a Malaca. Margarida Ortigão Ramos Paes Leme. Seminário de História Política do Mestrado em História, área de História e Arqueologia Medievais, no ano letivo de 2005-2006. SAPIENS - Revista de História, Património e Arqueologia, n.º 0, 2008. Página 27. Disponível em: http://www.revistasapiens.org/Biblioteca/numero0/ oslemes.pdf