A família Leme, de São Paulo,
originária a partir de Pedro Leme (nascido no Funchal, Madeira), deixou um
legado significativo para o Brasil colônia. Seus descendentes ajudaram a
construir não apenas a capitânia de São Vicente, mas todo o estado de São
Paulo, e as regiões Sudeste e Sul. Seus descendentes constituem-se em grande
parte de brasileiros, de todas as origens. Falar dos Lemes é falar do Brasil.
Ao longo da história, foram bandeirantes, donos de engenho, juízes, capitães,
fazendeiros e autoridades políticas. Hoje, estão presentes em todos os
segmentos da sociedade brasileira.
Em face de sua grandeza, seja em
número, seja em história, esta família é muito estudada por genealogistas e
historiadores. Mas existem três
pontos “nebulosos” sobre as origens de Antão Leme (pai) e Pedro Leme (filho),
os patriarcas dos Lemes brasileiros:
1º ponto) A ascendência, por varonia, de Antão Leme até os
Leems, de Bruges (Flandres) ainda é polêmica. Existem fontes bibliográficas
conflitantes sobre as filiações em Portugal e Ilha da Madeira. É fato a origem
flamenga, mas não há consenso quanto á “forma”. Nas ponderações apresentadas
abaixo, serão realizadas citações de um trabalho acadêmico, que, a meu ver,
resolveu tal questão.
2º ponto) Alguns genealogistas, discutem se Antão Leme era
filho de Catarina de Barros, em razão de uma suposta cronologia conflitante. Além
disso, o Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique Henriques de Noronha, escrito
em 1700, não apresenta Antão Leme descrito no título dos Lemes. Ambas as
ressalvas, constam no site “Capitão Domingos da Silva e Oliveira”, indicado nas
referências.
Como “contra-argumento” ás
indagações acima apresentadas, há apenas a petição de Pedro Leme, em 02 de
Outubro de 1564, perante o desembargador Braz Fragoso. No documento apresentado
por Taques, e, posteriormente, Silva Leme, consta:
'Diz
Pedro Leme, que ele quer justificar que é filho legítimo de Antão Leme, natural
da cidade do Funchal da Ilha da Madeira, o qual Antão Leme é irmão direito
de Aleixo Leme e de Pedro Leme, os quais todos são fidalgos nos livros de
El-rei, e por tais são tidos e havidos e conhecidos de todas as pessoas que
razão têm de o saber; e outrossim são irmãos de Antonia Leme, mulher de
Pedro Affonso de Aguiar, e de Leonor Leme, mulher de André de Aguiar, os
quais outrossim são fidalgos, primos do capitão donatário da Ilha da Madeira;
os quais Lemes outrossim são parentes em grau mui propínquo de Dom Diniz de
Almeida, contador-mor, e de D. Diogo de Almeida, armador-mor, e de Diogo
de Cablera, f.° de Henrique de Sousa, e de Tristão Gomes da Mina, e de Nuno
Fernandes, veador do mestrado de Santiago, e dos filhos de Claveiro por ser a
mãe deles outrossim sobrinha dos ditos Lemes, tios e pai dele suplicante,
os quais são tidos e havidos e conhecidos em o reino de Portugal por fidalgos;
pede a Vmce. lhe pergunte suas testemunhas, e por sua sentença julgue ao
suplicante por fidalgo, e lhe mande guardar todas as honras, privilégios e
liberdade que às pessoas de tal qualidade são concedidas. E. R. M.'
Primeiramente, devemos
questionar: o que é “irmão direito”? De acordo com a enciclopédia Larousse
Cultural, dentre as definições de “direito” (adjetivo), especialmente, em
heráldica, significa “das armas do chefe de geração ou linhagem, sem quebra nem
diferença; diz-se também do brasão apresentado em sua posição normal. Portanto,
creio que podemos entender que Antão Leme foi apresentado como irmão “direto”
dos demais.
Como reflexão, é importante
revisarmos e enfatizarmos o parentesco com os irmãos Almeida, exposto por
Taques. D. Diogo de Almeida, e D. Diniz de Almeida (contador-mor do reino), eram
filhos do casal Antônio de Almeida (contador-mor do reino) e Maria Paes, sendo
esta filha de João Rodrigues Paes (também contador-mor do reino) e Catharina
Leme. Esta última era irmã de Antônio Leme, bisavô de Antão Leme, conforme
exposição de Pedro Taques.
Além da citação de parentesco com
os Almeidas, Pedro Leme, em sua justificação, apresentou como tias Antônia Leme
e Leonor Leme, casadas respectivamente com Pedro Affonso de Aguiar e André de
Aguiar, primos dos donatários da Ilha da Madeira. No Nobiliário das Famílias de
Portugal (Felgueiras Gayo), no título dos Aguiares (arquivo 40102 – página 197),
consta o casamento de André de Aguiar com Leonor Leme, sendo esta descrita como
filha de Antônio Leme, neta de Martim Leme e bisneta de Antônio Leme, o
flamengo. A descrição é compatível com a apresentada por Montarroyo in Pedro Taques. Quanto a André de
Aguiar, o mesmo era, de fato, ligado aos Câmaras; sua avó era Isabel Gonçalves
da Câmara, filha de João Gonçalves Zarco.
É interessante notar que Pedro Leme comprovou sua nobreza não apenas
pela ligação com os Lemes, e não descreveu com detalhes sua genealogia; sua
comprovação foi totalmente embasada em parentescos relativamente recentes e
colaterais, em especial, com os Almeidas, Aguiares e Câmaras.
De acordo com Montarroyo in Taques, Martim Leme é o formador do
tronco dos Lemes na Ilha da Madeira, citando, inclusive, o ano de 1483 como
data de sua mudança para a ilha. Portanto, Antão Leme seria seu neto, e, Pedro
Leme, seu bisneto.
Silva Leme, no título de Lemes,
cita:
F-1 Pedro Leme, que passou da dita ilha a S.
Vicente com sua f.ª Leonor já casada com Braz Teves, como escrevemos adiante. Pedro Taques menciona a este Pedro Leme
como o 1.º chegado a S. Vicente, porém frei Gaspar da Madre de Deus assevera
ter visto o livro mais antigo de termos de vereança de S. Vicente (não
consultado por Pedro Taques) onde consta que Antão Leme foi juiz ordinário na
dita vila em 1544; portanto, este (e não seu f ° Pedro Leme) deve ser considerado
como o tronco dos Lemes em S. Paulo.
Se há testemunhos de Antão Leme
ser juiz em São Vicente em 1544 (conforme informação acima), sendo que Pedro
Leme, seu filho, já estava em 1550 em São Vicente com sua mulher, Luzia
Fernandes, e filha, Leonor Leme (neta de Antão), já casada com Braz Esteves, e
justificou sua fidalguia em 02 de outubro de 1564, é possível supormos:
- Leonor Leme, talvez, seria
nascida por volta de 1530, ou pouco depois.
- Pedro Leme seria nascido por
volta de 1505-1510, ou depois [faleceu em Março de 1600]
- Antão Leme poderia ter nascido,
por volta de 1485.
Se Antão Leme é realmente neto de
Martim Leme, que imigrou para a Madeira em 1483, de fato, a cronologia só é
pertinente se Martim Leme levou para a ilha seu filho Antônio, já com idade
para casamento. Se Antônio nasceu na Ilha da Madeira, há equívocos na
apresentação da linhagem.
No entanto, no magnífico trabalho de Margarida Ortigão Ramos Paes Leme [ver
referência e link abaixo], foi realizada
a reconstituição da genealogia e cronologia dos Lemes. De acordo com suas
ponderações, a linhagem correta dos mesmos seria:
1- Martim
Leems, cavaleiro flamengo, mudou-se para Lisboa, em 1452. Casou-se com Leonor
Rodrigues. Tiveram 6 filhos:
2 – Luís Leme;
2- Martim Leme,
“o moço”. Negociante, com registros na Ilha da Madeira; talvez, participou da
conquista de Tanger, em 1471. Falecido antes de 13/08/1485.
2- Antônio
Leme, o flamengo. Assim como o irmão, participou da conquista de Tanger, em
1471. Obteve carta de fidalguia em 12/11/1471. Em 1483, foi para a Ilha da
Madeira. Casou-se com Catharina de Barros, e, mais tarde, foi colaborador de
Cristóvão Colombo. Seus filhos seriam:
3 – Antão Leme - imigrou para São Vicente com a
família; Falecido: 1560.
3 – Pedro Leme
- sem maiores informações.
3 – Martim
Leme - sem maiores informações.
3 – Aleixo Leme,
casou com Mécia de Melo.
3 – Ruy Leme;
casou com Leonor Vieira (1º) e Maria Franco Cabreira (2º).
3 – Antônia
Leme, casou com Pedro Afonso de Aguiar.
3 – Leonor
Leme, casou com André de Aguiar da Câmara.
2 – João Leme.
Foi para a Ilha da Madeira, sendo enterrado na Igreja do Convento de São
Francisco.
2 – Rui Leme,
testemunha, em 1494, do Tratado de Tordesilhas. Cavaleiro de D. Manoel em
19/09/1497. Rendeiro da Alfândega de Funchal em 1506.
2 – Catarina
Leme. Casou com Fernão Gomes da Mina (1º) e João Rodrigues Paes (2º),
contador-mór do Reino. Deste casamento, foram descendentes os irmãos Almeidas,
citados na justificação de Pedro Leme.
2 – Isabel
Leme;
2 – Maria
Leme, casou com Martim Dinis – mãe de Henrique Leme, mencionado e estudado pelo
trabalho de Margarida Paes Leme.
Diante da revisão apresentada, creio na compatibilidade e possibilidade
de Catharina de Barros ser a mãe de Antão Leme, sendo este irmão direto dos
demais, conforme carta de justificação de Pedro Leme e revisões genealógicas
dos Lemes, conforme artigo de Margarida Paes Leme. Além disso, a ausência
de seu nome no Nobiliário da Ilha da Madeira, por si só, não representa a
impossibilidade de filiação materna de Antão Leme. Esta é a opinião do autor
deste blog, embasada na bibliografia citada e referenciada.
3º ponto) Pedro Taques (Nobiliarchia Paulistana – Século
XVIII) e Silva Leme (Genealogia Paulistana), afirmam que Antão Leme era filho
de Antônio Leme e Catharina de Barros, sendo esta filha de Pedro Gonçalves da Câmara e Izabel de Barros.
Esta suposta ligação com Pedro
Gonçalves da Câmara exerce impactos significativos na ascendência dos Leme. De
acordo com a descrição de Silva Leme:
D-1 Antonio Leme, f.º de C-1, viveu na Ilha da Madeira muito abastado
na sua quinta, que depois se chamou dos Lemes, na freguesia de Santo Antonio do
Campo junto à cidade do Funchal. Casou com Catharina de Barros, a qual
instituiu o morgado na vila da Ponta do Sol na dita ilha, f.ª de Pedro
Gonçalves da Camara e de Izabel de Barros, n. p. de Pedro Gonçalves da
Camara e de Joanna d'Eça, esta f.ª de João Fogaça e da camareira-mor da
rainha d. Catharina mulher de d. João III; bisneta do 2.º capitão do
Funchal João Gonçalves da Camara, fidalgo da casa real, que foi
tido em alta estima pelo rei por grandes serviços que lhe prestara na tomada de
Cepta e de Arzilla, e de Maria de Noronha (com quem se casou em Cepta) f.ª
de dom João Henriques, por este neta de dom Diogo Henriques, conde de Gijon,
que foi f.º natural de dom Henrique, rei de Castela; terneta do 1.º capitão
do Funchal João Gonçalves Zargo e de Constança Rodrigues de Almeida (f.ª de
Rodrigo Annes de Sá), os quais com seus f.ºs ainda menores em 1420 foram povoar
a Ilha da Madeira, da qual foi o descobridor e capitão o dito Zargo, com
propriedade na metade dela por concessão de el-rei.
Pois bem. Conforme observado, a
genealogia apresentada por Silva Leme insere o Rei Enrique II, de Castela, nas
origens dos Lemes paulistas, assim como toda a dinastia Afonsina (POR), Capet
(FRA), Anjou e Normanda (ING), assim como diversos monarcas de Aragão, Hungria,
Kiev, reis nórdicos e Sacro-Imperadores romano-germânicos. Em resumo:
praticamente todas as casas reais europeias foram inseridas na genealogia dos
Lemes paulistas. Além dos reis, a família Câmara é de notáveis feitos em
Portugal, inclusive, quanto ao descobrimento e povoamento inicial da Ilha da
Madeira, sendo estes também os capitães e donatários da mesma. No entanto,
devemos fazer as seguintes indagações: esta
genealogia está correta? Qual foi a fonte bibliográfica de Silva Leme? Existem
elementos comprobatórios desta ligação?
Silva Leme, certamente, embasou a
genealogia inicial dos Lemes nos trabalhos de Pedro Taques, e, este último,
utilizou Montarroyo como sua
referência. Taques, se limitou a apontar Pedro Gonçalves da Câmara e Isabel de
Barros como pais de Catharina de Barros; Silva Leme apresentou á Pedro
Gonçalves da Câmara pai homônimo e Joana D’Eça como mãe, ligando o mesmo aos
nobres ramos, conforme citado acima.
Haveria alguma outra fonte
bibliográfica que dê suporte á ligação familiar construída por Silva Leme? Como
os nobiliários tratam da genealogia dos Câmaras?
Felgueiras Gayo, em seu
Nobiliário das Famílias de Portugal, expõe dois casamentos de Pedro Gonçalves
da Câmara: a primeira vez, Joana D’Eça, e a segunda vez com Catarina de
Ornellas de Saavedra. Mas não há filho homônimo.
O padre Antônio Cordeiro, no
livro “História Insulana das Ilhas” (ver referência), na página 227, ao
descrever a genealogia da esposa de João de Bettencourt, o degolado, escreve:
(...) e o quarto neto era
o primeiro Vital de Betencor, cujo degolado pai João de Betencor era filho de
Francisco de Betencor, primeiro do nome, e de sua mulher D. Maria da Camera,
filha do segundo Pedralves da Camera, e neta do primeiro Pedralves da Camera,
que da Madeira veio para a Terceira, e bisneta legítima do segundo capitão de
Funchal João Gonçalves da Camera (...)
Apesar do segundo “Pedralves da
Camera” já ser natural da Ilha Terceira, em razão da migração de seu pai,
oriundo da Madeira, o Padre Antônio Cordeiro atribuiu filho homônimo a um dos
filhos do capitão João Gonçalves da Câmera. O termo “Pedralves” pode ser Pedro
Gonçalves ou Pedro Álvares; não sabemos. Existem indícios que este Pedro
Álvares da Câmara originou os Câmaras da Ilha Terceira.
Estes dois breves exemplos
(Felgueiras Gayo e Pe Antônio Cordeiro) apenas demonstram o quão confusa e
polêmica são as genealogias dos primórdios das ilhas.
O próprio Felgueiras Gayo, em seus volumes
finais (40117 – página 496), nos traz uma informação interessante. Nesta seção
de sua obra, são apresentadas árvores de costados, sendo exposta, na referida
página, a genealogia de Roque Macedo Leme. Este foi cônego na Sé do Rio de Janeiro,
com estudos em Coimbra. Foi genealogista e parente de Taques.
Se observarmos, em sua árvore de
costados, o pai, avô, bisavô e trisavô [este filho de Pedro Leme e Isabel
Paes], todos possuem o sobrenome “Leme da Câmera”. Qual é a razão desta
denominação? Qual foi a fonte de Felgueiras Gayo? Seria o sobrenome “Câmera”
uma adição em referência ao parentesco por afinidade com os Câmaras, conforme
petição de Pedro Leme? Ou, de fato, são os Lemes descendentes dos Câmaras?
Teria Felgueiras Gayo consultado a obra do próprio Roque Macedo Leme, publicada
em 1792 em Lisboa? Provavelmente sim.
OUTRA VERSÃO: PEDRO GONÇALVES DA CLARA
O genealogista Luís Porto
Moretzsohnm de Castro, em publicação na Revista do Instituto de Estudos
Genealógicos, baseando-se no Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique
Henriques de Noronha, afirma que Catarina de Barros, a esposa de Antônio Leme,
era filha de Pedro Gonçalves da Clara e Isabel de Barros, enfatizando que, no
título de Câmaras da referida obra, não há menção a este casal.
Carlos de Agrela, em seu trabalho
“Famílias da Madeira e Porto Santo”, no § 8º, na descrição da prole de Pedro
Gonçalves da Câmara e Joana de Eça, não menciona nenhum filho homônimo, nem um
segundo casamento ou descendente que imigrou para a Ilha Terceira.
Felgueiras Gayo, no título de
Câmaras, aponta dois casamentos de Pedro Gonçalves da Câmara, mas nenhum filho
homônimo.
Em registros informais, sobre
acontecimentos anuais na Ilha da Madeira, consta que, em 1508, houve a venda da
Capela do Santíssimo Sacramento a Pedro Gonçalves da Clara e sua mulher Isabel
de Barros.
Margarida Paes Leme, em seu
artigo sobre os Lemes, afirma que Catarina de Barros era filha de Pedro
Gonçalves da Clara e sua mulher Clara Esteves; no entanto, segundo diversos
fóruns, inclusive no sítio Geneall, afirma-se que Clara Esteves fora sua
primeira esposa, e, seu nome, na verdade, era apenas Pedro Gonçalves.
PONDERAÇÕES FINAIS
Diante da não-menção por
genealogistas da Ilha da Madeira do filho homônimo “Pedro Gonçalves da Câmara”,
ligado a família Câmara, casado com Isabel de Barros, e a evidência da
existência do casal Pedro Gonçalves da Clara e Isabel de Barros em 1508, creio que é prudente e zeloso
entendermos que Catarina de Barros, a esposa de Antônio Leme, era filha de
Pedro Gonçalves da Clara e Isabel de Barros. Quanto ás origens de Pedro Gonçalves da Clara, não a conhecemos.
Provavelmente, era um homem de posses e prestígio junto á comunidade, visto que
ele e sua segunda esposa adquiriram uma Capela e instituíram um morgado na
Ribeira dos Melões.
A ligação familiar direta dos
Lemes com os Câmaras, no meu entender, carece de fontes concretas, onde não é
possível contestar as genealogias tradicionais dos Câmaras na Ilha da Madeira.
José Freire de Montarroyo Mascarenhas, fonte primária de Taques, expediu seus
trabalhos no século XVIII, ou seja, período muito posterior ao possível “enlace”
entre os Lemes e os Câmaras. Além disso, Pedro Leme, em sua petição, mencionou
o casamento de suas irmãs com os Aguiares; se o mesmo fosse, de fato,
descendente dos Câmaras, poderia ter citado o seu suposto bisavô Pedro
Gonçalves da Câmara.
Uma informação, a ser discutida,
é o fato de João Gonçalves da Câmara, pai de Pedro Gonçalves da Câmara, ser o
fundador do Convento de Santa Clara (informação do trabalho de Agrela). Talvez,
poderia, a partir deste ponto, existir alguma ligação familiar interessante.
Mas, isto é apenas uma suposição, sem nenhum embasamento concreto.
Gostaria, por meio deste texto,
de incentivar discussões e investigações sobre as origens de uma família tão
ilustre e grandiosa na história de São Paulo e do Brasil. É uma honra ser
descendente dos Lemes, homens, que, da belíssima Bruges, se expandiram para
Portugal, para as ilhas e para o Brasil.
OBSERVAÇÃO: Quero aqui esclarecer, primeiramente, que meu intuito aqui
é apresentar, resumidamente, as opiniões sobre as principais dúvidas que pairam
sobre a Genealogia dos Lemes, e promover o debate sobre esta ascendência. Não
tenho a pretensão de colocar um “ponto final” na questão, até por que, muitos
genealogistas, com muito mais conhecimento e experiência que o autor deste blog,
já discutiram este assunto. Além disso, minhas fontes de informações
(apresentadas abaixo) são extraídas da internet, e não de compêndios
genealógicos iniciais.
Biografia do cônego Roque Luiz de
Macedo Paes Leme da Câmara. Colégio Brasileiro de Genealogia. Disponível em:
http://www.cbg.org.br/novo/colegio/historia/patronos/conego-roque-luiz-de-macedo-paes-leme-da-camara/
Capitão Domingos da Silva e
Oliveira [Exposição do Nobiliário da Ilha da Madeira]
http://capitaodomingos.com/o-o-leme-na-nobiliarquia-nobiliario-genealogia-da-ilha-da-madeira-nao-tem-antao-leme/
Famílias da Madeira e Porto Santo. Câmaras de Lobos. AUTOR: Compilação
de Carlos Agrela. Disponível em:
http://www.concelhodecamaradelobos.com/Documentos/familias_porto_santo_madeira_camara_lobos.pdf
GAIO, Felgueiras, 1750-1831
Nobiliário de famílias de Portugal /
Felgueiras Gaio. - [Braga] : Agostinho de Azevedo Meirelles : Domingos de
Araújo Affonso, 1938-1941 (Braga : : Pax). - 17 v. : il. ; 30 cm;
Digitalizado e disponível em: http://purl.pt/12151
Genealogia Paulistana - Luiz
Gonzaga da Silva Leme (1852-1919)
Vol II - Pág. 179 a 229 - Tit.
Lemes (Parte 1)
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Lemes_1.htm
Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Volume 8 [CUX-DUR] –
página 1925, 3ª coluna.
Impressão: Atlântida – Cochrane S.A. Argentina; Nova Cultural
Ltda 1998. ISBN 85-13-00762-5.
História Insulana das Ilhas a Portugal sugeitas no Occeano
Ocidental. Padre Antônio Cordeiro. Companhia de Jesus. Obra Original: Lisboa,
1717. Texto Digitado; Disponível em:
https://archive.org/stream/historiainsulan01cordgoog/historiainsulan01cordgoog_djvu.txt
Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica. Pedro Taques
de Almeida Paes Leme. Tomo III. Título LEMES. Editora: USP. Ano: 1980. OBS: A
obra original, é do Século XVIII.
Os Lemes – um percurso familiar de Bruges a Malaca. Margarida
Ortigão Ramos Paes Leme. Seminário de História Política do Mestrado em
História, área de História e Arqueologia Medievais, no ano letivo de 2005-2006.
SAPIENS - Revista de História, Património e Arqueologia, n.º 0, 2008.
Página 27. Disponível em: http://www.revistasapiens.org/Biblioteca/numero0/
oslemes.pdf