domingo, 29 de novembro de 2015

Estudos quanto à genealogia de Balthazar de Moraes a Antas

Uma das figuras mais marcantes da Genealogia Paulistana, sem sombra de dúvida, é o português Balthazar de Moraes D’Antas. Oriundo de Vimioso, região norte de Portugal, passou para o Brasil em 1556. Casou-se no Brasil com Brites Rodrigues Annes, e gerou descendência [entre os muitos, o autor deste blog].
Em 1578, Balthazar foi eleito juiz ordinário da Vila de São Paulo e a posse ocorreu em 30/01/1579. Nesta ocasião, e, posteriormente, parece que pairavam sobre o juiz recém-escolhido uma série de suspeitas sobre sua origem, alegando que o mesmo era cristão-novo.
Para provar sua origem, Balthazar de Moraes D’Antas decide deixar o posto e seguir para Portugal, para comprovar sua nobre origem. A partir deste momento, o nosso nobre juiz inicia uma verdadeira peregrinação burocrática e singular: em 11/09/1579, em Mogadouro, Portugal, apresenta petição para a comprovação de sua filiação e origem; três dias depois, obtêm o documento; até 16/06/1580, obtém uma série de reconhecimentos do documento em várias localidades (Monxagate, Mirandella, Vila Pouca), reconhecimento de sinais no Porto (15/12/1579) e, por fim, justificação dos instrumentos em Funchal, Ilha da Madeira. Em 23/11/1580, ele finalmente obteve o aval de Cosme Rangel de Macedo, ouvidor de todo o litoral brasileiro, provando a sua vinculação com a nobreza portuguesa. Como escrivães reconheciam apenas a assinatura de outro colega, eram necessárias tais “peregrinações”. Esta documentação só foi registrada em São Vicente em 1600, pelo filho Pedro de Moraes, copiada e reconhecida das fontes originais. Tudo indica, que o nosso “herói” Balthazar de Moraes D’Antas faleceu sem usufruir, de fato, dos seus direitos.
No documento comprobatório, obtido em Portugal, consta que Balthazar era filho de Pedro de Moraes e Ignez Navarra Dantas, sendo esta filha de Nuno Navarro e Isabel Mendes Dantas, sendo esta filha de Mendo Affonso Dantas, fidalgo e Senhor da vila de Vimioso. Foram registradas várias testemunhas que comprovaram sua origem.

Pedro Taques, ao copiar o título dos Braganções de Montarroyo, expôs a genealogia de Baltazar de Moraes D’Antas do seguinte modo (vou resumir aqui):

14 – Balthazar de Moraes e Antas, Belchior de Moraes de Antas (justificou fidalguia em 1575 perante Luiz do Valle, juiz da vila de Mogadouro) e irmã desconhecida, casada com Jorge Álvares Meirelles, fidalgo da casa de D. Antônio. Filhos de:
13 – Ignez Navarro de Antas, c.c. Pedro de Moraes, descendente dos Moraes, de Trás-os-Montes. Serviu nas comarcas de Beira e Trás-os-montes. Filha de:
12 – Isabel Mendes de Antas, c.c. Nuno Navarro. Filha de:
11 – Mendo Affonso de Antas, Senhor de Vimioso, sem filhos varões. Por esta razão, Vimioso passou á Coroa, como condado de D. Francisco. A partir daí, surgiu as questões judiciais entre os descendentes dos D’Antas e a coroa. Não é conhecido o nome de sua esposa. Filho de:
10 – Affonso Mendes de Antas, sucedeu ao tio como Senhor de Vimioso. Casou com D. Aldonsa Gonçalves de Moreira. Filho de:
09 – Mendo Esteves de Antas, c.c. Ignez Rodrigues de Moraes, neta de Ruy Martins de Moraes. Seu irmão, Gonçalo Esteves, era Senhor de Vimioso. Filhos de:
08 – Estevão Annes de Bragança. Segundo Monte Arroyo, D. Pedro, em seu nobiliário, o menciona, e sua filiação é comprovada em um documento da Câmara de Vimioso, que seu neto João Mendes de Moraes apresentou para requerer uma herança. Era filho de:
07 – João Vasques de Antas, Senhor de Vimioso. Vivia pelos anos de 1242. Era filho de (3º filho, segundo Nobiliário de D. Pedro):
06 – Vasco Peres, o Beirão, c.c. Urraca Esteves, filha de Estevão Annes, Senhor do Passo de Antas, no concelho de Coura. Filho de:
05 – D. Pedro Fernandes, o Braganção, c.c. D. Froile Sanches, filha de Sancho Nunes Barbosa e [Tereza ou Sancha] [Afonso ou Henriques], filha ou irmã de D. Afonso Henriques. OBS: inclusões minhas. Filho de:
04 – Fernando Mendes, rico homem, Senhor de Bragança, servo de D. Afonso Henriques (vivenciou o episódio das “natas na barba”), c.c. D. Theresa Soares, filha de D. Soeiro Mendes da Maia, o Bom. Filho de:
03 – Mendo Fernandes, Senhor de Bragança, c.c. Sancha Viegas de Bayão, filha de D. Egas Gozende, Senhor de Bayão, e sua mulher, D. Gotinha Nunes. Filho de:
02 – D. Fernando Mendes de Bragança, o velho, Senhor de Bragança. Não há certeza sobre seu casamento. Filho de:
01 – Mendo Alão, Senhor de Bragança. Viveu nos tempos de D. Afonso VI, Rei de Leão. Casou com uma “princesa da Armênia”. Fundador da linhagem.


Felgueiras Gayo, no Nobiliário das Famílias de Portugal (ttº Antas § 69 N 7), expõe diferente configuração genealógica (figura acima):

08) Balthazar de Moraes De Antas, casado com D. Maria Fonseca do Mogadouro. Teve o filho Gaspar de Moraes e Antas, em Vimioso. Não há nenhuma menção sobre sua vinda ao Brasil ou qualquer vínculo com a colônia. Filho de:
07) Pedro de Moraes Antas, c.c. Ignez Navarro, sua prima, filha de Leonor Mendes de Moraes e B. Mendes [Genealogia divergente de Monte Arroyo]. A Leonor Mendes é filha de Estevão Mendes de Moraes de Antas, descrito abaixo, no nº 4. Filho de:
06) Vasco Rodrigues de Moraes e Antas, c.c. Micaella de Albuquerque (ambos de Vimioso). Filho de:
05) Estevão Mendes de Moraes de Antas, Senhor de Vimioso, com demandas de recuperação de terras junto á D. Francisco, c.c. Maria de Madureira. Filho de: 
04) Mendo Affonso de Moraes de Antas, Senhor de Vimioso. Teve um quinto neto, chamado Belchior de Moraes de Antas, que tirou brasão em 1586. Casou com Margarida de Vasconcelos. Filho de:
03) Affonso Pires de Moraes de Antas, Senhor de Vimioso, nos tempos de D. João I. Casou com D. Aldonsa Gonçalves de Moraes, fª de Luís Pires de Távora, 2º Senhor de Morgadouro e D. Alda de Moraes (ttº Távoras, § 1 N 11, na obra de Felgueiras Gayo). Filho de:
02) Vasco Pires de Antas, Senhor de Vimioso, c.c. Ignez Rodrigues de Moraes, filha de Ruy Mendes de Moraes e D. Alda Gonçalves. Felgueiras Gayo, comenta que existe uma genealogia diferente (semelhante á que foi apresentada por Monte Arroyo), mas não o segue por não haver de onde surgir o apelido de Antas. Filho de:
01) Vasco de Antas, vassalo de D. Afonso VI, de Leão, participou de muitas ações com D. Henrique. Fundador da linhagem.    

No entanto, quanto ás Genealogias apresentadas, é conveniente fazer algumas observações:
De Balthazar de Moraes D’Antas até o casal Afonso Mendes de Antas e Aldonsa Gonçalves de Moraes, é possível conciliar as genealogias. Monte Arroyo (vou abreviar para MA), explorou a genealogia materna de Balthazar, descrevendo a ascendência de Inês Navarro, enquanto Felgueiras Gayo (vou abreviar para FG) desenvolveu o ramo paterno de Balthazar, com a descrição de Pedro de Moraes.
Quanto á genealogia de Aldonsa Gonçalves de Moraes, podemos seguir FG, no título de Távoras § 1 N 11, apesar das observações e possíveis inconsistências que o Nobiliário apresenta em algumas situações.
No entanto, quanto aos antepassados de Afonso Mendes de Antas, há consideráveis divergências entre MA e FG, inclusive, no próprio sobrenome. Enquanto MA o denomina conforme apresentado acima, FG o chama de Afonso Pires de Moraes e Antas. Creio que a genealogia de FG é demasiadamente curta, visto que, de Balthazar de Moraes de Antas até Vasco de Antas, o fundador da linhagem, são apenas oito indivíduos em um espaço de quinhentos anos! Portanto, sobre Afonso Mendes (ou Pires de Moraes) Antas, creio que o mais prudente é seguir MA, visto que há maior número de indivíduos, além de ser explicada a origem do apelido “Antas”. Outro problema da genealogia apresentada por FG é a ausência do irmão Belchior (talvez, a presença do mesmo seja a linha em branco), e, este casamento de Balthazar com Mª da Fonseca, com o filho Gaspar é desconhecido por MA e outras fontes. O genealogista Francisco Antônio Dória esclarece a questão no seu trabalho genealógico dos Antas Moraes, expondo que Belchior foi de fato, casado com Maria da Fonseca, e Gaspar de Moraes Dantas era irmão de ambos, não filho de Balthazar. Em resumo: parece que há grandes equívocos no título de Antas apresentado por Felgueiras Gayo.

Se considerarmos a genealogia apresentada por Monte Arroyo como o modelo mais plausível, é prudente analisarmos a cronologia. Mendo Alão, provavelmente, nasceu por volta do ano 1010. Balthazar de Moraes e Antas, pode ter nascido em 1540 ou 1550 (vamos supor esta última data). A diferença entre as datas de nascimento é de 540 anos. São 14 indivíduos. Portanto temos:

PatMe = (Nas Ant – Nas Rec) / N – 1
= (1550 – 1010) / 14 – 1 = 41,53 anos

Quarenta e um anos de idade é um valor elevado para a paternidade média, principalmente se levarmos em conta que estamos falando da Idade Média. Para fins de comparação, se fizermos a mesma análise entre D. Afonso Henriques e D. João IV, o restaurador da Dinastia de Bragança (é também uma linhagem por varonia), encontramos exatos 33 anos de paternidade média. Portanto, provavelmente, há alguma inconsistência na genealogia de Balthazar de Moraes e Antas. Talvez, a ligação entre os Antas e os Braganções apresente algum erro, que impactou na cronologia.

Se fizermos a análise cronológica de Balthazar até Sancha Henriques, a provável irmã de D. Afonso Henriques que deixou descendência com Sancho Nunes Barbosa [ou Celanova], encontramos:

PatMe = (Nas Ant – Nas Rec) / N – 1
= (1550 – 1100) / 14 – 1 = 34,61 anos

O valor encontrado ainda é demasiadamente alto, pois há mulheres nesta ligação genealógica. Para fins de demonstração, segue a exposição da genealogia de D. Aldonsa de Moraes, segundo Felgueiras Gayo:

Aldonsa Gonçalves de Moraes, c.c. Afonso Mendes de Antas, filha de:
Luís Pires de Távora, c.c. Alda Gonçalves de Moraes, filho de:
Lourenço Pires de Távora, c.c. Guiomar Rodrigues da Fonseca, filha de:
Ruy Paes Garcéz, c.c. Mór Esteves da Fonseca, filha de:
Estevão Rodrigues da Fonseca, c.c. Tereza Rodrigues [de Souza], filha de:
Ruy Vasques de Panoyas, filho de:
Vasco Mendes de Souza, filho de:
Mendo de Souza, Conde, chamado “o Souzão”, filho de:
Gonçalo Mendes de Souza, c.c. Urraca Sanches, filha de:
Sancho Nunes Barbosa [ou Celanova], c.c. SANCHA HENRIQUES (irmã de D. Afonso I)

Não creio que Balthazar de Moraes D’Antas era cristão-novo, pois, caso fosse, correria riscos em sua exaustiva “peregrinação”, visto os processos burocráticos existentes e as testemunhas. E seu processo de reconhecimento parece bem fundamentado. Mas sua genealogia, pelo menos, cronologicamente, apresenta inconsistências.
Este texto, tem, por objetivo principal, chamar atenção de historiadores e genealogistas, para desenvolvimento maior do assunto. Comentários são sempre bem-vindos!

FONTES:
Genealogia dos Antas Moraes. Francisco Antônio Dória. Disponível em:

Genealogia e Historia – Autor: Aníbal de Almeida Fernandes; Disponível em:

PROJETO COMPARTILHAR: O instrumento de Baltazar de Moraes (Regina Moraes Junqueira)

GAIO, Felgueiras, 1750-1831
Nobiliário de famílias de Portugal / Felgueiras Gaio. - [Braga] : Agostinho de Azevedo Meirelles : Domingos de Araújo Affonso, 1938-1941 (Braga : : Pax). - 17 v. : il. ; 30 cm; Digitalizado e disponível em:
http://purl.pt/12151



Título dos Braganções, José Freire Monte Arroio Mascarenhas, Lisboa, 1757, in Título dos Antas Moraes, da Capitania de São Paulo. Nobiliarchia Paulistana: histórica e genealógica. Pedro Taques de Almeida Paes Leme. Belo Horizonte, Brazil : Ed. Itatiaia, 1980. São Paulo : Ed. da Universidade de São Paulo, 3 v. : retrs., tabelas geneal. 5ª ed. 981.61 D2 Série Reconquista do Brasil ; nova sér.; v. 5-7

18 comentários:

  1. Olá Livre Pensador. Muitos, nas regiões Sul e Sudeste, são descendentes do Balthazar. Eu mesmo, sou descendente 4 vezes dele! O genealogista português Manoel Abranches de Soveral fez uma revisão genealógica dele, excelente. Posso lhe enviar, se desejar. Sdçs, Saulo.

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    1. Saulo,

      Minha esposa também é descendente. Qual a revisão de Soveral a que se refere?

      Obrigado,
      Nestor

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  2. Caro Nestor, para ver a revisão de Soveral, veja o link abaixo:

    http://roglo.eu/roglo?lang=pt-br&m=NG&n=Baltazar+de+Moraes&t=PN

    Nesta página, faça os procedimentos:
    > antepassados (clique neste local)
    > marque "resultados detalhados" e na caixa acima marque até "49ª geração"

    Soveral fez um belíssimo trabalho com o Balthazar de Moraes Antas. Na minha opinião, a revisão dele eliminou as falhas das antigas genealogias, conforme apontadas no texto acima.

    Qualquer dúvida, estou ás ordens.

    Sdçs,
    Saulo

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  3. Obrigado. Verei com mais calma depois. Ainda estou tentando documentar a ligação com Baltasar.

    Nestor

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  4. Prezado Saulo, gostaria de o parabenizar pelo seu excelentes e bem argumentados textos sobre esses antigos troncos paulitas. Quando vi esse seu texto sobre o Baltazar, também meu antepassado, pensei logo em lhe mandar a excelente revisão que Manuel Abranches de Soveral fez sobre ele, mas vejo que já conhece. Cumprimentos, Vinícius.

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  5. Olá Vinícius, boa tarde! Muito obrigado pela atenção meu caro! Felizmente, o Manuel Soveral fez um belíssimo trabalho quanto a esta genealogia. É uma honra, para nós, descender destes Antas Moraes, que nos ligam aos primórdios de Portugal, Castela e Europa. A única coisa que descordo de Soveral, é não tratar a mãe de Vasco Pires, o Beirão (Braganções) como a Froile Sanches, filha de Sancho Nunes [Conde de Celanova] e Sancha (ou Teresa) Henriques, irmã de D. Afonso Henriques. Neste caso específico, prefiro seguir as opiniões de Pizarro e Matoso. Soveral, e muitos outros genealogistas, a tratam como filha de D. Afonso Henriques e lhe dá uma única filha, que origina apenas alguns ramos dos Albergarias, enquanto outros a tratam como irmã, dando maior descendência nos Celanova e Braganções. Creio que esta segunda opinião está respaldada em um achado de Matoso, que consiste em uma inscrição de 1166 referente a Vasco Sanches (irmão de Froile), que "filius sororis eius" [filho da irmã do Rei]. Infelizmente, pela antiguidade destas famílias, é difícil ter uma fonte mais concreta e exata, e, ficamos com opiniões. Obrigado pela atenção e pela força meu caro! Abraço!

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    1. Prezado Saulo, de fato esses autores divergem nesse ponto, Soveral diz que com exceção de Sancha Pires, os outros filhos não poderiam cronologicamente ser filhos de Fruilhe Sanches, você teria o que Pizarro e Matoso disseram sobre essas pessoas?

      Nessa ascendência de Baltazar, outro ponto que acho interessante, é com relação a sua bisavó Beatriz Feijó, que em uma escritura de venda de uma Torre ao rei D. João, ela o chama de primo. Abraço, Vinícius.

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  6. Vinícius, boa tarde!
    Quanto a Mattoso, veja os links abaixo, por favor (procure no texto, por "Mattoso"):

    http://news.rootsweb.com/th/read/BRAZIL/2000-10/0972681618
    http://fmg.ac/Projects/MedLands/PORTUGAL.htm

    Este segundo link, é do "Medieval Lands". Creio que seja a melhor fonte sobre linhagens reais na Idade Média existentes.

    Quanto a Pizarro, no Volume I, as páginas 229, 233, 134, 495, 512 e 514 [paginação em PDF] expõe esta idéia. Você os dois livros dele? O material, encontra-se disponível para download na internet. Não me recordo do link, mas está disponível. Posso lhe mandar por e-mail depois.

    Quanto a Beatriz Feijó... [próximo post]

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    1. Quanto a Beatriz Feijó, acho a redação um pouco confusa. Vejamos (de acordo com a BASE ROGLO e pesquisa de Soveral):

      "Beatriz Feijó, mulher viúva de Mendo Afonso, homem que foi do Vimioso, teve a 10.5.1496 confirmação da tença anual de 6.000 reais de prata, em sua vida, os quais lhe foram dados a 20.8.1495 por alguns direitos reais que a coroa tinha no almoxarifado da Torre de Moncorvo. Para além disso, foram-lhe concedidos mais 60 mil reais, para seus filhos, pela outra metade, que por isso mesmo forem entregues a seu tutor, e por um alvará em que lhe ficam de dar ajuda de casamento a cada um deles, quando se casarem. E a 3.3.1521 Álvaro Mendes, cavaleiro da Casa Real, teve uma tença anual, desde Janeiro que passou em diante, em sua vida, de 6.000 reais, os quais tinha Beatriz Feijó sua mãe, mulher que foi de Mem Afonso, morador no Vimioso, pela sua metade da Torre do dito lugar que lhe pertencia e o rei lhe comprou. E além desta tença foram-lhe dados mais 60.000 reais a seus filhos pela outra sua metade e foram entregues a seu tutor. Beatriz Feijó renunciou no dito Álvaro Mendes seu filho por um público instrumento de renunciação feito e assinado por Afonso Galego, tabelião em Vimioso a 28 de Novembro. A quantia foi mandada assentar no almoxarifado da Torre de Moncorvo. André Dias a fez. E esta compra foi feita à dita Beatriz Feijó por el rei D. João meu primo que Deus haja".

      Nesta frase "(...) E esta compra foi feita á dita Beatriz Feijó por el Rei D. João [II] meu primo que Deus haja", eu entendo que o "escrivão" que é primo do Rei (seria o Afonso Galego?). Mas é só minha interpretação, talvez equivocada. O seu entendimento é de que a Beatriz o chama de primo? Caso sim, temos aí uma bela pesquisa a desvendar.

      Abraço,
      Saulo

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    2. Vinícius, acabei de entender a questão. Na verdade, este documento, é expedido em nome de D. Manuel, Rei de Portugal, sucessor e PRIMO de D. João II. Como a compra foi realizada pelo antecessor, ele citou seu primo.

      Abraço!

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    3. Prezado Saulo, de fato o texto ficou um pouco confuso, e fiquei com essa dúvida de que seria Beatriz ou o escrivão que chamava o rei de primo; agora faz todo o sentido, é o rei D. Manuel I que chama de primo D. João II, que comprou a metade da Torre; vi que esses documentos estão especificados no site da Torre do Tombo.

      Com relação a Fruilhe Sanches, li a mensagem do Luís Amaral, e fiz o download da obra de Pizarro, e creio que o documento citado por Matoso não deixa dúvidas de que Fruilhe Sanches seria filha de Sancho Nunes e de Sancha Henriques, e portanto sobrinha do rei Afonso Henriques. Muito obrigado pelas explicações! Vinícius.

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  7. Olá Vinícius, eu é que agradeço meu caro! Depois que visualizar a obra de Pizarro, me dê um retorno/opinião, sobre a questão.
    Sou da opinião que o achado de Mattoso é muito importante e não deve ser ignorado. A dúvida que ainda persiste é se o nome da irmã de D. Afonso Henriques é Sancha ou Teresa Henriques.
    Abraço, Saulo

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    1. Prezado Saulo,

      de fato não podemos ignorar essas hipóteses, porém, eu entrei em contato com Manuel Abranches de Soveral, e ele me garante que pela cronologia, e com exceção de Sancha Pires, os demais filhos seriam de um primeiro matrimônio de D. Pedro Fernandes de Bragançãos, se preferir me mande seu e-mail para que eu possa reencaminhar a resposta dele a você.

      Em tempos, veja na base de dados Roglo que ele adicionou novas informações sobre a descendência de Baltazar, mencionando as filhas Maria de Moraes e a mulher de Manoel de Soveral (estes os pais de Santo André de Soveral, recentemente canonizado), que apesar de não estarem na Genealogia Paulistana, foram filhas de Baltazar, informação essa aliás que já era do conhecimento de Américo de Moura.

      Abraço, Vinícius.

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  8. Olá Vinícius!

    Por favor, me encaminhe a mensagem dele. Meu e-mail é saulo_franco@yahoo.com.br

    Abraço!

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  9. Boa tarde, Saulo
    Gostaria de receber uma cópia da revisão efetuada por Manoel Abranches de Soveral.
    Meu e-mail é naves.nilson@hotmail.com
    Antecipadamente agradeço
    Nilson N. Naves

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  10. Saulo, tudo bom? Como tenho acesso à genealogia dos Antas, publicada pelo Pedro Taques?

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  11. Oi Paulo, tudo bem? Voce tem informações da ascendência de Nuno Navarro?

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