OBSERVAÇÃO: Esta postagem está correlacionada á postagem de
05/11/2016, cujo título é “Família Lopes da Silva, de Rosário – Descendência em
Juiz de Fora e Região”.
NOVIDADES: Recentemente, tive a satisfação de ver uma atualização (22/03/2017)
da família de Francisco da Cruz Silva, NO PROJETO COMPARTILHAR, feita por Bartyra
Sette e pelo amigo e primo Adílson Rodrigues, que nos permitiu conhecer as
origens da Família Lopes da Silva, do Rosário. Além destas informações, o
jornal Abelha do Itaculumy, nº 113,
de uma quarta-feira, de 29 de setembro de 1824, disponibilizado recentemente na
internet no acervo da Biblioteca Nacional, nos permitiu conhecer, com alguns
detalhes, as circunstâncias do crime que culminou no assassinato do Manoel
Lopes da Silva “2º”. Segue abaixo, breve síntese dos primórdios da família. A ascendência completa de Manoel Lopes da
Silva e Ana Maria dos Santos, encontra-se na dita publicação do Projeto
Compartilhar – “Francisco da Cruz Silva” (ver referência e link abaixo).
1) Manoel Lopes da Silva [filho do português Manoel Lopes Guimarães e
Ana da Graça] e Anna Maria dos Santos
[filha do lisboeta Luís dos Santos e Apolônia de Freitas, esta filha de
Salvador Gil Cortês e Maria Pereira], viviam em Rosário, Barbacena, em fins do
século XVIII. Ambos, são citados na descendência de Francisco da Cruz Silva (ver
“1-4”), no site do Projeto Compartilhar. O casal teve, pelo menos, os seguintes
filhos:
1.1) Manoel
Lopes da Silva, batizado em 10/01/1778 na Capela da Cachoeira, Borda do Campo
[É o Manoel, nº “1-4-5” da descrição familiar de Francisco da Cruz Silva, no
Projeto Compartilhar], filho de Manoel Lopes da Silva e Anna Maria dos Santos, casado,
em 22/08/1810, na Capela do Rosário, com Cândida Rosa do Espírito Santo,
natural da Candelária – RJ, filha de Manoel Coelho Bastos e Anna Maria da
Conceição. Manoel foi assassinado, por volta de 1824, por Cypriano Braga, com
participação de sua esposa no crime, ao que consta. No jornal “Abelha do Itaculumy”, de 29/09/1824, há
as sentenças (pág. 02, 2ª coluna):
“(...) Cipriano Joaquim da Costa
Braga, natural de S. João d’El Rey, pela morte de Manoel Lopes da Silva morador
na Applicação da Senhora das Dores do Quilombo Termo de Barbacena, morte
natural para sempre. Cabeça e mãos decepadas e postas no lugar do delicto em
poste alto até que o tempo as consuma.
Cândida Roza do Espírito Santo natural
de Barbacena, pela morte do sobredito Manoel Lopes seu marido: Baraço e pregão,
3 voltas a roda da forca, assistir a execução do réo Cipriano, e depois Degredo
por toda a vida, para o Cuieté”.
Antes do
trágico evento, Manoel e Cândida tiveram, pelo menos:
1.1.1) Manoel
Lopes da Silva, batizado no Rosário em 24/07/1815. No censo de 1831, aparece,
com 16 anos de idade, vivendo com os jovens Antônio (8 anos) e Joana (4 anos),
escravos. Certamente, a solidão familiar na juventude se deveu ao assassinato
precoce do pai e exílio da mãe. Em 17/04/1856, aparece como proprietário de
terras no Registro Paroquial de Terras de São José do Rio Preto (1856-1857),
como proprietário da fazenda Barra, com 75 alqueires. Faleceu em 18/08/1886,
mas só foi inventariado em 1891. Com Anna Severina da Assumpção, possivelmente
casado em 16 de Agosto [?] de 1837*, teve os seguintes filhos, conforme seu
inventário:
1.1.1.1)
Zeferino Lopes da Silva, nascido em 26/08/1838*. Sua descendência consta na POSTAGEM DE 05/11/2016, NESTE BLOG.
1.1.1.2) Tomás
Lopes da Silva, nascido em 07/03/1844*; Foi o inventariante quanto á herança do
pai.
1.1.1.3)
Faustino Lopes da Silva, nascido em 17/02/1846*;
1.1.1.4)
Luísa Mª da Assumpção. Casada com Vicente José Corrêa.
1.1.1.5) Maria
Domiciana de Jesus, nascida em 03/02/1850*; Casada com Joaquim José Pires.
Destes, descendem os LOPES PIRES, de Bias Fortes.
1.1.1.6) Laura
[?] Amélia da Silva;
1.1.1.7) Rita
Porcina de Jesus, nascida em 13/06/1855*;
1.1.2) José, batizado
em 06/01/1817, no Quilombo. Os padrinhos foram José de Mendonça e sua mulher
Magdalena.
1.1.3)
Bibiana, batizada em 13/12/1818, no Quilombo. Os padrinhos foram o capitão José
Ribeiro de Almeida e sua mulher Francisca Maria de São José.
* As datas de casamento e nascimento
(ou batismo) citadas, encontrei no Caderno de Rezas e Orações de Manoel Lopes
da Silva, cuja cópia tenho em posse.
ANEXO: HIPÓTESE DE
ASCENDÊNCIA DE APOLÔNIA DE FREITAS, MÃE DE ANA Mª DOS SANTOS
Apolônia de Freitas, mãe de Ana
Maria dos Santos e avó do Manoel Lopes da Silva “2º”, de acordo com o Projeto
Compartilhar (“Francisco da Cruz Silva”) era filha de Salvador Gil Cortês e
Maria Pereira.
Este mesmo Salvador Gil Cortês e
Maria Pereira, também aparecem no “Aportes á Genealogia Paulistana no Sul de
Minas” (Projeto Compartilhar), em especial, nas referências ao casamento de
Francisco Pedroso de Toledo com Rosa Maria de Freitas, filha de Salvador e
Maria Pereira. Nesta citação, consta que a noiva era natural de Taubaté.
Certamente, os pais também o eram, mudando para Prados (MG), posteriormente.
Na Genealogia Paulistana, de
Silva Leme, no Título “DIAS”, Capº 5, § 4, nº 2-2 e 3-1, há um Salvador, com 12
anos de idade, dentre os filhos de Salvador Gil da Siqueira, falecido e
inventariado em 1691, cuja viúva ficou Marinha de Chaves, todos de Taubaté.
Este Salvador Gil da Siqueira, era filho do Capitão Amaro Gil Cortês e Mariana de
Freitas, ambos de Taubaté. Estes, tiveram um neto, Miguel Rodrigues da
Siqueira, de Taubaté, que imigrou para o Rio das Mortes (MG), inventariado em
1740. Este Miguel, era primo do jovem Salvador, de 12 anos.
Dada à cronologia compatível, a
procedência de Taubaté do Salvador Gil Cortês, pai de Apolônia de Freitas e a
presença dos sobrenomes Gil Cortês e
Freitas tanto neste núcleo de Prados
quanto na família de Taubaté, descrita no TTº Dias da Genealogia Paulistana, me
traz a convicção de que o Salvador de 12 anos, herdeiro em Taubaté, em 1691, é
também o Salvador Gil Cortês que aparece em Prados, avô da Ana Maria dos
Santos. Este Salvador pode, perfeitamente, ter acompanhado o primo no
povoamento da região do Rio das Mortes. Não encontrei nenhum outro “Salvador”,
ligado a este herdeiro de 1691, vivendo em Taubaté, São Paulo ou outra região.
Pretendo realizar pesquisas nos
livros casamento / batismo de Prados, para fins de verificação, mas creio na
compatibilidade da hipótese aqui formulada, visto os elementos encontrados.
FONTES:
Projeto Compartilhar – Francisco da Cruz Silva (atualizado em
22/03/2017); Disponível em:
http://www.projetocompartilhar.org/Familia/FranciscodaCruzSilva.htm
Projeto Compartilhar – Aportes á G. Paulistana no Sul de Minas (Atual.
Em 25/03/2017); Francisco de Freitas Toledo – Francisco Pedroso de Toledo.
Disponível em:
http://www.projetocompartilhar.org/Familia/AportesaGPnoSuldeMinas.htm
Genealogia Paulistana. Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852 – 1919). Vol.
VIII – pág. 53 a 102.
Título Dias (Parte 2). Digitado e disponibilizado no link:
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Dias_2.htm
Jornal Abelha do Itaculumy. Nº 113, de uma quarta-feira, de 29 de
setembro de 1824.
Publicação online da Biblioteca Nacional.
Batismos de José e Bibiana (informações do primo e amigo Adair Franco):
Barbacena – Nº Srª da Piedade;
Batismos 1811, Jan – 1830, Ago. Página 135 de 243:
Batismo de José.
Barbacena – Nº Srª da Piedade;
Batismos, 1811, Jan – 1830, Ago. Página 130 de 243:
Batismo de Manoel [Lopes da Silva].
Censo – 1831 – Rosário – Barbacena – Comarca do Rio
das Mortes
Disponibilizado pelo CEDEPLAR (UFMG)
Inventário de Manoel Lopes da Silva (16/04/1891)
Fundo Benjamin Colucci.
Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz
de Fora.